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Filme sobre Facebook estreia nos EUA com fãs empolgados e vuvuzelas

VEJA acompanhou uma das primeiras exibições do longa 'The Social Network', em Los Angeles, nos Estados Unidos

Por Fábio M. Barreto, de Los Angeles
1 out 2010, 13h43

Poucas pessoas bateram palmas ao final da exibição. A maioria delas estava preocupada em discutir – conforme os créditos começaram a aparecer, as luzes das telas dos celulares foram piscando. Era preciso compartilhar as opiniões sobre o filme

Faltam cinco minutos para a meia-noite no Arclight Cineramadome – um dos melhores cinemas de Los Angeles, nos Estados Unidos -, onde muita gente aguarda ansiosa. Grupos de amigos, casais e entusiastas pelas chamadas redes sociais se reúnem para assistir a uma das mais concorridas sessões de cinema do ano: a primeira exibição pública de The Social Network, filme dirigido por David Fincher e escrito por Aaron Sorkin, que conta a história do Facebook e de seu criador, Mark Zuckerberg. O clima é de festa e até as temidas vuvuzelas, as cornetas utilizadas na última Copa Do Mundo, estão presentes. O milagre das redes sociais parece se replicar na vida real, ao unir uma sala lotada de usuários do serviço que reúne mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo. A reportagem do site de VEJA acompanhou a sessão.

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“Meu Deus, de onde saíram essas vuvuzelas?”, surpreende-se Ryan Birchwood, programador de 27 anos. Ao lado de seus doze amigos – que organizaram uma minicaravana pela internet ou telefone – ele foi um dos últimos a entrar e foi surpreendido pela recepção calorosa. “Quero deixar meus amigos com inveja por ter assistido à meia-noite, vai ser inesquecível”, diz. Esse sentimento é compartilhado pelo restante dos presentes, como se todos tivessem mudado seus “status” de Facebook para “ansioso ou empolgado”. A plateia era composta em sua maioria por jovens, mas a divisão entre homens e mulheres aparentava igualdade.

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Para alguns, a motivação era a necessidade de presenciar algo único e histórico: “Esse filme vai ser o primeiro nas bilheterias”, apostava Brandon Koch, designer de 43 anos, um dos poucos veteranos presentes. “Quero me lembrar desse marco, contar para meus netos; a ideia do Facebook mudou minha vida, conheci minha esposa por ali e vai demorar muito para surgir algo parecido”. Entre uma opinião e outra, assuntos diversos começavam a ocupar aquele fórum de perfeitos estranhos envolvidos num “megachat” ao vivo. Séries de TV, outros filmes e, vez por outra, a história de Mark Zuckerberg e do brasileiro Eduardo Saverin – os criadores do Facebook – acabavam caindo na roda. Praticamente uma experiência metalinguística, na qual uma mídia como o cinema, influenciada por um evento (a criação da rede), replica a experiência original no público que possibilitou o início do ciclo.

O anúncio do funcionário do cinema apresentando o filme foi o sinal para que as conversas terminassem. O público permaneceu atento ao longo da projeção. Com palmas pontuais em momentos marcantes e muitas risadas -especialmente em reconhecimento a ícones tecnológicos como Bill Gates e passagens da vida de Mark e Eduardo, como o “caso da galinha” ou a “queda dos servidores de Harvard” por conta do serviço TheFaceMatch. Entretanto, poucas pessoas bateram palmas ao final da exibição. A maioria delas estava preocupada em discutir – conforme os créditos começaram a aparecer, as luzes das telas dos celulares foram piscando. Era preciso compartilhar as opiniões. Fosse pessoalmente ou no Facebook, naturalmente.

Ned Behar, 31 anos, ficou impressionado. “Superou minhas expectativas e, sem dúvida, é um dos cinco melhores filmes a que assisti neste ano. Não queria que acabasse de jeito nenhum”, conta. O sentimento foi compartilhado pela maioria dos espectadores que, com semblantes satisfeitos, não paravam de falar. “É nota dez! Vamos ver novamente”, comentou um grupo de garotas que mal conseguia tirar os olhos da tela de seus smartphones, mesmo enquanto andavam. “Já conhecia a história da companhia e continuo simpático a Zuckerberg, mas o filme aumentou minha simpatia por Eduardo Saverin e os gêmeos Winklevoss, assim como pelas outras pessoas que lidaram com ele”, completa Behar, que ficou surpreso ao descobrir que haveria sessões à meia-noite. “Pensei que isso só acontecesse com Guerra nas Estrelas ou filmes baseados em quadrinhos. Fiquei fascinado com a existência de um público fiel antes mesmo da estreia e, embora isso não tenha nada a ver com as bilheterias ou críticas, já é uma conquista por si só”, conclui.

“Aaron Sorkin é um roteirista fantástico”, elogia o arquiteto Fredèric Chess, de 26 anos. “Sei que o filme tem uma boa carga de ficção, mas ele é bem mais influenciado e alinhado pela visão de quem processou Zuckerberg e isso é preciso ser levado em conta. Não é documentário.” O filme foi baseado no livro The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich. “E vale lembrar que ele não é uma má pessoa. Aliás, recentemente, Zuckerberg doou 100 milhões de dólares para uma entidade assistencial em Nova Jersey. O filme não mudou minha opinião a seu respeito”, disse ele, encerrando a entrevista – afinal precisava postar sua opinião no Twitter e no Facebook. São os dois pontos desta jornada: vivenciá-la e contar para o resto do mundo. Com 500 milhões de possíveis interessados, pelo menos na avaliação desses 320 privilegiados, apostar no sucesso de The Social Network é barbada.

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