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Retorno ao segmento corporativo pode dar sobrevida à Blackberry

Fabricante canadense de smartphones anuncia prejuízo de 1 bilhão de dólares no último trimestre: crise deve levar à aquisição por grupo americano

Por James Della Valle
29 set 2013, 08h28

A fabricante canadense Blackberry, antes conhecida como Research in Motion (RIM), encontra-se em situação delicada. Após anos de luta por espaço no mercado de smartphones, dominado por rivais como Samsung e Apple, a companhia enfim confirmou, na última segunda-feira, o que já se esperava: a empresa deve ser vendida. Uma oferta no valor de 4,7 bilhões de dólares foi realizada pela seguradora americana Fairfax Financial Holdings, sua maior acionista, e pode criar uma nova oportunidade de crescimento para a empresa canadense – que divulgou prejuízo trimestral de quase 1 bilhão de dólares nesta sexta-feira.

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Criada em 1998, a Blackberry já foi conhecida como a principal fabricante de smartphones do planeta, chegando a valer mais de 100 bilhões de dólares, em 2007. Apesar do sucesso no setor corporativo, a companhia não teve fôlego para acompanhar a demanda dos usuários em geral por aparelhos mais acessíveis e inovadores. Com o lançamento do primeiro iPhone pela Apple, também em 2007, o mercado sofreu uma guinada, logo compreendida por companhias como Samsung, LG, Nokia e Motorola.

Ao ignorar o fenômeno das telas sensíveis ao toque, a Blackberry perdeu espaço no mercado. Atualmente, a empresa domina apenas 2,4% do setor, ficando logo atrás da Microsoft, com 3,7% – de acordo com dados da consultoria International Data Corporation (IDC). “É uma vergonha ver que uma companhia como a Blackberry, que nos trouxe telefones com e-mail e outras funcionalidades, tenha sido incapaz de responder a todas essas mudanças”, afirmou Carolina Milanesi, analista da consultoria Gartner.

A aquisição deverá transformar a Blackberry em uma companhia de capital fechado, fora da bolsa de valores, o que deve dar tempo para uma reestruturação. “Com certeza, ela terá tempo para desenvolver uma nova visão de mercado, com estratégias para seguir adiante”, diz Fernando Belfort, líder da divisão de tecnologia da consultoria Frost & Sullivan. Para o analista, a saída está na volta às raízes, ou seja, o investimento nos clientes corporativos. “A Blackberry colocou muito esforço no segmento de produtos para o consumidor em geral, mas sabemos que são poucas as empresas conseguem fazer isso com sucesso. Concentrar esforços no setor empresarial é o que ela precisa para voltar a crescer.”

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No primeiro semestre, a companhia lançou dois modelos de smartphone: o Z10, de tela sensível ao toque, e o Q10, com teclado físico. Ambos foram vistos com bons olhos pelos analistas, uma vez que traziam uma versão atualizada do sistema operacional desenvolvido pela própria empresa, o Blackberry 10. Mas o veredicto foi do usuário, que ignorou os aparelhos.

Os prejuízos decorrentes das más decisões obrigaram a Blackberry a cortar 4.500 funcionários, ou 40% do total de sua força de trabalho no mundo. Mesmo assim, a fabricante de smartphones ainda tentou mais uma cartada, lançando o modelo Z30, que deveria concorrer com o iPhone 5s, da Apple, e o Galaxy S4, da Samsung. Novos desastres de vendas.

Apesar de oferecer ótimas soluções de segurança aos usuários corporativos, a Blackberry não soube se adaptar ao usuário casual, que gosta de jogos e aplicativos de diversão. As dificuldades técnicas impostas pela sua plataforma afastaram os desenvolvedores, que evitam ao máximo gastar recursos para adaptar seus programas.

Diante desse cenário, a melhor opção seria mesmo a dedicação total ao segmento corporativo. Mas caso isso não seja mais possível, a companhia pode acabar sendo completamente divida, com suas patentes tecnológicas disputadas pela concorrência.

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