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Baidu se prepara para lançar buscador no Brasil

Segundo Yan Di, diretor-geral da companhia chinesa, serviço chegará ao mercado brasileiro com vantagem competitiva sobre o Google, líder no país

Por Renata Honorato
30 jan 2014, 19h17

O Baidu se prepara para lançar seu serviço de buscas ainda em 2014. “Já está tudo pronto em termos de tecnologia e posso dizer que o nosso motor de buscas é superior ao Google”, diz Yan Di, diretor-geral da empresa chinesa no Brasil, principal concorrente global do Google. “Neste ano, vamos consolidar a marca no Brasil e lançar a nossa busca em português”, afirmou, em entrevista ao site de VEJA.

A busca é o principal serviço da companhia, que instalou escritório no Brasil no final do ano passado. Fundada em 2000, ela tem 80% do mercado de buscas na China. A decisão de investir em outros países, de acordo com Di, foi um movimento natural. “Não temos o costume de viver em uma zona de conforto. Filosofia chinesa. É por isso que passamos a olhar para novos mercados”, explica o executivo, único chinês na operação brasileira.

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O processo de internacionalização começou pelo Japão e, depois, outras nações asiáticas. O Brasil é a primeira experiência latino-americana. “Primeiro apostamos em mercados como o japonês em que o comportamento do usuário é similar. Expandimos para o mundo árabe e agora estamos na América Latina”, explica o diretor. Conhecer o público e a forma como ele interage na rede é um desafio para os chineses. Isso explica porque a companhia lançou no país alguns produtos on-line antes de disponibilizar a busca.

Em novembro, o Baidu lançou quatro produtos no Brasil: o Hao123, um catálogo de links para usuários novatos de internet; o PC Faster, um serviço que analisa o computador e melhora o desempenho da máquina; um antivírus e um navegador. O objetivo foi analisar o padrão de comportamento das pessoas para, finalmente, estrear no país o buscador. Pressa não é uma palavra do dicionário do Baidu: “A paciência chinesa nos permite aprender tudo sobre um país antes de lançar um produto por lá”, diz Di ao justificar os meses entre o desembarque e o lançamento do carro-chefe.

Concorrência – Para ganhar espaço no Brasil, onde o Google domina 95% do mercado de buscas, as fichas para conquistar o usuário local estão na inteligência artificial da plataforma, que permite às pessoas realizar buscas contextualizadas. “Se você escrever no campo de busca São Paulo Rio, o sistema é capaz de prever que o usuário está atrás de passagens aéreas entre as duas capitais. Uma tabela com preços de diferentes companhias é exibida sem que seja preciso dar nenhum clique”, explica. O mesmo ocorre quando alguém busca por um cantor ou ator. Em vez de uma lista de links, o usuário escuta músicas ou assiste a trailer de filmes – tudo incorporado à interface do buscador. É o que promete o Baidu. Veremos.

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A busca contextualizada é o segredo para a empresa ganhar dinheiro com propaganda no Brasil. “Publicidade on-line é uma mina de ouro. O Google está por aqui porque fatura mais de 1 bilhão de dólares com publicidade. Ou seja, 50% de todo o dinheiro investido em propaganda na internet brasileira”, diz o diretor. Até 2016, explica Di, esse montante vai dobrar e é por isso que o mercado tem muito potencial.

Na China, o Baidu já superou a CCTV, uma espécie de “Globo chinesa”, em termos de publicidade. “O cenário se inverteu na China e aqui vai ocorrer o mesmo. Por lá, a publicidade on-line já é maior do que a convencional”, diz o executivo. Mobilidade também é uma prioridade para o Baidu, que ano passado comprou a companhia chinesa de desenvolvimento de aplicativos 91 Wireless por 1,9 bilhão de dólares. “Cerca de 168 milhões de smartphones serão vendidos no Brasil até 2016. Isso significa que até a Olímpiada todo mundo vai ter um aparelho – sua bisavó, seu avô ou sua mãe”, ressalta o diretor. “Essa é uma grande oportunidade no país.”

A operação brasileira ainda está na fase de ganhar corpo, com pouco mais de quinze funcionários. Mesmo assim, a empresa já planeja a expansão para outros países da América Latina. Argentina, Chile e México, consideradas as economias mais fortes da região, estão na mira do gigante chinês. É no Brasil, contudo, que ficará a sede da companhia. “Existem muitos talentos por aqui. É por isso que decidimos recrutar um estagiário na Campus Party. Ele será mandado para a China e, dependendo do seu desempenho, será contratado pelo Baidu”, adianta Din.

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