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Zika pode reduzir desenvolvimento do cérebro em até 40%, diz pesquisa

Estudo pode ajudar a encontrar medicamentos que diminuem os danos causados pelo vírus na infecção de grávidas

Por Da Redação
12 abr 2016, 09h11

Cientistas identificaram que o vírus pode reduzir em até 40% o desenvolvimento do cérebro, causando malformações neurológicas em bebês, como a microcefalia. A pesquisa brasileira, divulgada na última segunda-feira e publicada na revista científica Science, pode ajudar a encontrar medicamentos que reduzam os danos causados pelo vírus na infecção de grávidas. O estudo foi realizado por cientistas do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), liderados pelo neurocientista Stevens Rehen.

Pesquisa – A partir de células-tronco humanas, os pesquisadores criaram minicérebros (estruturas que também podem ser chamadas de organoides cerebrais), organismos similares ao cérebro humano em desenvolvimento. “A partir do momento em que a gente usa neuroesferas e minicérebros, consegue identificar alterações que não observaria com outro tipo de estratégia”, explicou Rehen. Segundo o neurocientista, a metodologia permite identificar a relação entre o zika e a malformação e mostrar como as consequências variam de acordo com a etapa da gravidez em que ocorre a infecção.

Dependendo do modelo utilizado, a pesquisa indicou que o vírus zika pode agir em um tecido do cérebro com três dias, seis ou 11 dias de infecção. “Dependendo de quando acontece essa infecção, as consequências para a formação do tecido podem ser mais ou menos drásticas”. Com 11 dias, o crescimento do minicérebro é 40% inferior ao dos não infectados, revelou a pesquisa.

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Tratamento – A partir desse modelo de pesquisa, dez medicamentos serão testados para impedir a infecção ou reduzir os impactos do vírus sobre o cérebro. Um deles, segundo Rehen, pode reduzir a morte cerebral causada pelo zika. No entanto, serão necessários novos testes para apresentar o medicamento como alternativa para as mulheres grávidas. Os remédios em teste já têm a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para outras doenças e poderiam ser utilizadas também no combate ao vírus zika.

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Dados preliminares sobre a eficácia do medicamento mostram que a fórmula protege contra o ataque do vírus, mas não está confirmado se é capaz de reduzir a replicação viral dentro da célula-tronco neural, de acordo com o neurocientista. Rehen espera chegar a novas conclusões sobre a possibilidade de tratamento em dois meses.

Os cientistas também expuseram os minicérebros ao vírus da dengue, mas perceberam que, apesar de a infecção ser maior que a do vírus zika, praticamente inexistem as consequências relacionadas a malformações. “Não há danos ao tecido. O vírus replica, mas ele não tem como consequência alterar o padrão de morte celular, nem alterações morfológicas, nem malformações no modelo que a gente usa”.

(Com Agência Estado)

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