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Três pacientes morrem após ressonância magnética em Campinas

Exames feitos com uso de contraste foram realizados no Hospital Vera Cruz. No mesmo dia, outras 83 pessoas passaram ilesas pelo mesmo procedimento

Por Da Redação
29 jan 2013, 17h00

Três pessoas morreram nesta segunda-feira em Campinas após serem submetidas a um exame de ressonância magnética com contraste no Hospital Vera Cruz, referência nesse tipo de procedimento. Segundo nota divulgada pela instituição, os motivos que levaram esses pacientes a óbito são desconhecidos e o hospital está aguardando o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que deve sair nas próximas 48 horas.

As vítimas são Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos, e Manuel Pereira de Souza, de 39 anos. Dois deles passaram mal logo depois do exame. A terceira vítima, no entanto, passou mal apenas depois de deixar o hospital, retornando à unidade após sentir dores. Os três pacientes morreram por parada cardiorrespiratória. No mesmo dia em que esses pacientes foram submetidos à ressonância com contraste, outros 83 indivíduos realizaram o mesmo procedimento, também no Hospital Vera Cruz, mas não apresentaram reações adversas.

Investigação – Em entrevista concedida à emissora EPTV, afiliada da TV Globo em Campinas, Carmino Antonio de Souza, secretário municipal da Saúde de Campinas, afirmou que dois pacientes que faleceram receberam um tipo de contraste e passaram pela ressonância em uma máquina do hospital. Já o terceiro paciente recebeu outro tipo de contraste e foi examinado em outra máquina. “Não temos uma linha comum, que junte os três pacientes no mesmo cenário”, disse.

A Secretaria Municipal da Saúde enviou um comunicado nesta terça-feira orientando todos os hospitais e clínicas de Campinas a suspenderem temporariamente a realização de exames de ressonância magnética e tomografias com contraste. A suspensão deve ser feita até que as causas que levaram às três mortes sejam esclarecidas.

A Vigilância Sanitária Municipal já havia interditado o setor do Hospital Vera Cruz responsável por realizar os exames de ressonância magnética nesta segunda-feira. As outras áreas da unidade continuam funcionando normalmente, segundo a instituição.

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Auxílio – Em nota divulgada nesta terça-feira, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo informou que cabe à Vigilância Sanitária Municipal de Campinas fazer a investigação dos fatos. “No entanto, como foi solicitado pelo município, a Vigilância Sanitária Estadual já enviou uma equipe da farmacovigilância e de radiação ionizante para auxiliar os trabalhos. As inspeções devem acontecer nos próximos dias.” A Secretaria Estadual informou ainda que “todos os produtos utilizados no procedimento, tanto os fechados como os usados, foram recolhidos e serão analisados no Instituto Adolfo Lutz”.

“O exame de ressonância magnética é muito seguro”

Fernando Poralla

Médico radiologista e diretor de Serviços Médicos para a América Latina da Bracco Imaging do Brasil

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“Há duas formas de realizar uma ressonância magnética: com e sem contraste. Essa substância é aplicada para que o médico consiga visualizar melhor os órgãos e tecidos. O contraste também é utilizado para tomografias, mas cada exame usa um tipo diferente. O contraste de ressonância magnética está no mercado desde a década de 1980 e é mais seguro do que o da tomografia, já que é aplicado em doses muito menores e provoca menos efeitos adversos.

“Os efeitos adversos mais comuns são leves, como dores de cabeça, náusea e sensação de calor. Há reações mais moderadas, como dificuldade de respiração, e desmaio. Os efeitos mais graves podem levar a uma parada cardiorrespiratória, mas eles são pouco comuns: apenas cerca de 0,03% dos pacientes os apresentam.

“Se um paciente chega a sofrer uma parada cardiorrespiratória, no entanto, é comum que ele apresente uma série de sintomas antes do evento, geralmente nos primeiros 30 minutos após o exame. É uma reação em cadeia: primeiro o indivíduo começa a apresentar mal estar geral, depois náusea, coceira, taquicardia e só depois evolui para uma parada cardiorrespiratória. Por esse motivo, recomenda-se que os pacientes permaneçam nas unidades de saúde nos 30 minutos seguintes à ressonância magnética.

“Como é a mortalidade com o contraste é muito rara, além do fato de que os três pacientes que faleceram receberam contrastes diferentes, é difícil supor que as mortes tenham sido causadas pela substância. Nesse caso, é possível suspeitar que fatores externos ao contraste e à ressonância tenham sido os culpados pelas mortes. Após o contraste, por exemplo, os pacientes recebem solução salina (soro), que ajuda no transporte da substância pelo corpo. Pode ter havido uma confusão na hora dessa aplicação. Outra possibilidade é a de que o ar condicionado da sala do exame liberou substâncias tóxicas ao longo do procedimento.”

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