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Ter corpo em forma de pera é tão prejudicial à saúde quanto em forma de maçã

Estudo mostrou que não é somente a gordura que se acumula no abdome que faz mal à saúde. Ao contrário do que se pensava antes, gordura nos quadris, pernas e glúteos também podem elevar o risco de doenças cardíacas e diabetes

Por Da Redação
12 jan 2013, 15h53

A gordura acumulada no abdome é apontada como um importante fator de risco para síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e diabetes. Por outro lado, acredita-se que pessoas que têm gordura concentrada em outras regiões que não a barriga, como nos braços, pernas, quadris e glúteos, usufruem de certo efeito protetor contra esses problemas. Por esse motivo, considera-se que ter um corpo em formato de “maçã”, com a gordura depositada especialmente na região abdominal, pode ser pior para a saúde do que um corpo em formato de “pera”, no qual a maior parte da gordura se acumula na região dos quadris e coxas.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Increased Chemerin and Decreased Omentin-1 in Both Adipose Tissue and Plasma in Nascent Metabolic Syndrome

Onde foi divulgada: periódico The Journal of Clinical Endocrinology

Quem fez: Ishwarlal Jialal, Sridevi Devaraj, Harmeet Kaur, Beverley Adams-Huet e Andrew Bremer

Instituição: Universidade da Califórnia, Davis, Estados Unidos

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Dados de amostragem: 45 pessoas com síndrome metabólica e 30 pessoas saudáveis

Resultado: O tecido adiposo dos glúteos produzem quantidades anormais de quemerina, uma proteína que indica um maior risco de síndrome metabólica, pressão alta e resistência à insulina.

A gordura que se acumula na barriga é considerada como a grande “vilã” do organismo porque, ao degradar-se em um processo chamado lipólise, libera substâncias tóxicas, como o ácido graxo, que estão associadas a quadros de inflamação, obesidade, doenças cardíacas e diabetes. “Porém, a gordura periférica, que fica nos braços, pernas, quadris e glúteos, não passa por esse processo de lipólise e, portanto, acreditávamos que ela não liberava substâncias tóxicas. Mas isso não quer dizer que consideramos a gordura periférica como saudável, mas sim menos nociva do que a abdominal”, disse ao site de VEJA Gláucia Carneiro, endocrinologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

No entanto, ao menos segundo uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, Davis, nos Estados Unidos, a gordura periférica não é tão inocente quanto se acredita. Isso porque o tecido adiposo dessa região secreta níveis anormais de quemerina, uma proteína recentemente descoberta que também está ligada a quadros de inflamação, obesidade e síndrome metabólica. Esse estudo foi publicado nesta quinta-feira no periódico The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

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A pesquisa selecionou 45 pessoas com síndrome metabólica e 30 indivíduos saudáveis. Para ser diagnosticado com síndrome metabólica, o paciente deve se enquadrar em três ou mais das seguintes características: hipertensão, açúcar elevado no sangue, excesso de gordura abdominal, baixo nível de bom colesterol e índices elevados de ácidos graxos. Os autores do estudo, então, recolheram amostras de sangue e realizaram uma biópsia do tecido adiposo do glúteo de todos os participantes e compararam os resultados.

Mudança de paradigma – Observou-se, então, que indivíduos com síndrome metabólica tinham níveis muito mais elevados de quemerina do que os participantes livres do problema. Além disso, os pesquisadores concluíram que maiores quantidades dessa proteína elevam o risco de condições como pressão alta, resistência à insulina e concentração elevada de outra proteína, a C-reativa. Altos níveis da proteína C-reativa ocorrem quando há algum processo inflamatório no corpo, indicando a propensão a eventos cardíacos. Os resultados continuaram equivalentes mesmo após serem ajustados de acordo com idade, índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal dos participantes.

Segundo Ishwarlal Jialal, coordenador do estudo, altos níveis de quemerina no tecido adiposo do glúteo parecem ser um potencial marcador biológico (substância medida para detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo) para a síndrome metabólica. “No entanto, a boa notícia é que, com a perda de peso, é possível reduzir os níveis dessas proteínas e, consequentemente, da síndrome”, diz o pesquisador. Ele considera necessária a realização de outros estudos para quantificar os riscos do acúmulo de gordura e dos altos níveis da proteína.

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