Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Técnica que ressuscitou americano congelado ainda é pouco utilizada

De acordo com especialistas, o procedimento utilizado para salvar Justin é conhecido, mas ainda pouco utilizado na medicina. Em 95% dos casos, seu uso é em pacientes com insuficiência respiratória grave ou falência cardíaca

Por Giulia Vidale
22 jan 2016, 15h32

Justin Smith, um americano de 26 anos, quase morreu congelado após passar cerca de 12 horas caído inconsciente na neve. Quando foi encontrado por seu pai e pelos paramédicos, o jovem estava gelado, azul e não tinha pulso nem pressão sanguínea. Felizmente, um dos médicos que o atendeu decidiu submetê-lo a um procedimento chamado oxigenação por membrana extracorpórea (Ecmo, na sigla em inglês).

A técnica consiste em drenar o sangue venoso do indivíduo por meio de uma punção em uma veia da virilha. Em seguida, o sangue é enviado para uma espécie de bomba que desempenha o papel que seria do coração e, então, é enviado para uma membrana, que oxigena o sangue, como faria o pulmão. Antes de voltar ao corpo por uma artéria da virilha ou do pescoço, o sangue oxigenado tem a temperatura regulada por meio de um dispositivo. Este aparelho pode resfriar ou aquecer o sangue – caso de Justin – dependendo da necessidade do paciente.

Leia também:

Americano congelado é ressuscitado com técnica que esquenta o sangue

Robinson Poffo, coordenador da Cirurgia Cardíaca Institucional do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a técnica é conhecida há muito tempo na literatura médica, mas ainda é subutilizada. Em 95% dos casos ela é utilizada no tratamento de pacientes com insuficiência respiratória grave.

Continua após a publicidade

“O Ecmo é uma belíssima ferramenta de ressuscitação. Nos casos de hipotermia, como o de Justin, a taxa de sobrevida com o uso dessa técnica é em torno de 30% a 50%”, explica Poffo.

Quando o coração do jovem americano finalmente voltou a bater sozinho e seu corpo se aqueceu, ainda havia a dúvida se ele voltaria a acordar ou se permaneceria em estado vegetativo. “Quando o coração de uma pessoa bate muito devagar ou deixa de bater, é deflagrada a morte celular. Neste caso, um paciente em condições normais morreria em cerca de 5 minutos. Por incrível que pareça, o que salvou este jovem foi justamente a hipotermia”, diz o médico.

O frio faz com a célula consuma menos oxigênio. A 18ºC (hipotermia severa), temperatura corporal de Justin quando foi encontrado, o consumo da célula cai para menos de 5% e isso protegeu seu cérebro, permitindo que ele recuperasse a função cerebral após o incidente.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.