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Saber lidar com o arrependimento promove velhice saudável

Pesquisa mostra que jovens e idosos depressivos não lidam bem com o resultado de suas escolhas. Mas só entre os mais novos isso traz benefícios

Por Da Redação
19 abr 2012, 18h09

Envelhecer de modo saudável está diretamente ligado à capacidade de lidar com o arrependimento. Quando uma pessoa é jovem, se arrepender de uma escolha pode ajudá-la a tomar melhores decisões no futuro. No entanto, a partir de certa idade, as oportunidades de desfazer escolhas ruins diminuem, e já não há mais tantos benefícios em remoer seus próprios erros. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada na revista Science, liderada pela neurocientista Stefanie Brassen, do Centro Médico da Universidade Hamburg-Eppendorf.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Don’t Look Back in Anger! Responsiveness to Missed Chances in Successful and Nonsuccessful Aging

Onde foi divulgada: revista Science

Quem fez: Stefanie Brassen; M. Gamer; J. Peters; S. Gluth; C. Büchel

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Instituição: Centro Médico da Universidade Hamburg-Eppendorf

Dados de amostragem: 21 jovens, 20 idosos depressivos e 20 idosos saudáveis

Resultado: Os jovens e os idosos depressivos tiveram a mesma reação de arrependimento quando viram o resultado de suas escolhas erradas. Já os idosos saudáveis não se arrependeram, pois criaram estratégias mentais para não se sentir responsáveis pelos erros.

A equipe de cientistas usou imagens de ressonância magnética para comparar a atividade cerebral de dois grupos distintos: 21 jovens de aproximadamente 25 anos e 40 idosos com mais de 65. Entre os mais velhos, metade era emocionalmente saudável e metade sofria de depressão. Todos os participantes tiveram de jogar um game de computador no qual abriam uma série de caixas.

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Dentro dessas caixas eles podiam encontrar moedas ou um desenho do demônio. Seu objetivo era juntar a maior quantia de dinheiro possível, mas toda vez que o demônio aparecia, ele retirava todas as moedas do voluntário e encerrava o jogo. Depois de abrir cada caixa, o participante tinha de decidir se continuava jogando ou parava por ali e ficava com todo o dinheiro coletado. No final, todas as caixas eram abertas, mostrando o quão longe os voluntários poderiam ter ido se continuassem no jogo. Isso acontecia porque o arrependimento é caracterizado pela comparação entre “o que é” contra o que “poderia ter sido”. Para induzir o sentimento, os cientistas não tinham apenas que mostrar o resultado de suas escolhas, mas também as oportunidades perdidas.

Quando os jovens e os idosos depressivos viam que poderiam ter ganhado mais dinheiro, eles encaravam mais riscos na rodada seguinte. Com os idosos saudáveis, isso não acontecia. Ao analisar a atividade de regiões cerebrais envolvidas com o sentimento de arrependimento e a regulação das emoções, descobriram que o cérebro dos jovens e adultos depressivos agiu do mesmo modo. Já o cérebro dos idosos saudáveis mostrou um padrão diferente, dando provas de menor arrependimento e mais controle emocional.

De acordo com os pesquisadores, os idosos saudáveis usavam estratégias mentais para se livrar do problema, como pensar que os resultados do teste eram produto de fatores em que eles não poderiam influenciar, como a sorte. Já os depressivos se culpavam pelos resultados. Como conclusão, os pesquisadores afirmam que treinar as pessoas a usar estratégias mentais para se livrar do arrependimento poderia ajudar a preservar a saúde emocional em idades avançadas.

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