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Robert Edwards revolucionou a medicina reprodutiva, dizem médicos

A técnica de fertilização in vitro, criada pelo médico em 1978, é usada até hoje nos procedimentos de reprodução assistida

Por Aretha Yarak
4 out 2010, 13h03

Pode-se dizer que, aos 85 anos, o fisiologista britânico Robert Geoffrey Edwards recebeu um dos mais altos prêmios da medicina com alguns anos de atraso. Agraciado com o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2010, Edwards acaba de ver consagrada a técnica de fertilização in vitro que criou há 32 anos, em 1978, e que já possibilitou o nascimento de mais de 4 milhões pessoas pelo mundo. “A descoberta de Edwards foi um divisor de águas na medicina reprodutiva. Graças a ele, muita gente teve a oportunidade de realizar o sonho de ter filhos”, diz Adelino Amaral Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.

Tire suas dúvidas sobre fertilização in vitro

Considerado o “pai” do primeiro bebê de proveta do mundo, a também britânica Louise Brown (1978), o médico desenvolveu, ao lado de Patrick Steptoe (falecido em 1988), uma técnica bastante inovadora – e simples. “Até hoje se usa como base o que ele criou. Claro que há aprimoramentos, mas o conceito-mãe ainda é o mesmo”, diz o urologista Renato Fraietta, coordenador do Centro de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo. A técnica de Edwards consiste em retirar um óvulo da mulher e fertilizá-lo com esperma, em seguida, colocá-lo no útero. A partir daí, o desenvolvimento do feto é idêntico ao fertilizados naturalmente.

“As realizações de Edward tornaram possíveis tratar a infertilidade, um problema de saúde que aflige mais de 10% de todos os casais do mundo inteiro”, afirmou o Instituto Karolinska, responsável pelo Nobel, em nota. De acordo com o médico Fraietta, são feitos mais de 300.000 ciclos de fertilização in vitro por ano no mundo – só no Brasil, são mais de 5.000. “Isso significa que nascem cerca de 2.500 crianças todos os anos no nosso país por conta dessa técnica”, diz Fraietta.

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Visto como uma figura batalhadora, simples e de extrema inteligência pela comunidade científica, Edwards já recebeu diversas homenagens em congressos. “Tive contatos breves com ele durante esses encontros. Posso dizer que suas palestras se destacam por uma inteligência única e pela visão de futuro”, diz Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Clínica de Reprodução Assistida Fertivitro.

Após o anúncio da premiação, Edwards foi procurado para dar entrevistas, porém, segundo um porta-voz, ele não estaria bem de saúde. Mas o médico não deixou de relembrar, em nota, a emoção que sentiu épocas antes da morte de seu parceiro de pesquisa, Steptoe. “Nunca vou me esquecer da alegria nos olhos dele”, disse. A oportunidade de ter filhos já havia sido enaltecida por Edward em dezenas de entrevistas anteriores. “A coisa mais importante na vida é ter um filho. Nada é mais especial do que uma criança.”

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