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Quase 100% dos médicos reclamam de interferência dos planos de saúde

Pesquisa Datafolha mostra que 92% dos médicos declaram sofrer intromissão dos convênios em sua autonomia

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 Maio 2016, 16h37 - Publicado em 1 dez 2010, 18h40

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira mostra que 92% dos médicos reclamam que os planos de saúde interferem em sua autonomia profissional. De acordo com o levantamento, encomendado pela Associação Paulista de Medicina (APM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), 78% dos especialistas afirmaram que a principal intromissão dos convênios ocorre por conta da recusa de pagamento de procedimentos ou medidas terapêuticas, fato conhecido como ‘glosa’ no jargão médico.

A reclamação sobre restrições em relação ao número de exames ou procedimentos fica em segundo lugar no ranking de interferências dos planos, com 75%. Na terceira posição, 70% dos médicos citaram as restrições a doenças pré-existentes, seguidos por 55% que apontaram problemas com o tempo de internação de pacientes, 49% que citaram a prescrição de medicamentos de alto custo e 48% que relataram restrições em relação ao período de internação pré-operatório.

“Se não houver independência no exercício da profissão, nós não temos a possibilidade de exercer a medicina. Os planos de saúde entraram em uma espiral de concorrência predatória entre eles e tiveram que reduzir cada vez mais o que oferecem para poder manter a mesma margem de lucro. Não há como oferecer bons resultados aos pacientes”, diz José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira.

Para Amaral, falta transparência na relação entre médicos, planos de saúde e os usuários. “Defendo que todas as restrições, os itens contratuais e as pressões direcionadas ao médico sejam do conhecimento de quem contrata o plano de saúde”, afirma.

Nota baixa – Os 2.184 médicos do país entrevistados no levantamento ainda deram notas para os planos de saúde. Em uma escala de zero a dez, a nota média dos especialistas em relação para o plano de saúde com o qual trabalharam nos últimos cinco anos foi 5,4.

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Jorge Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina, acredita que atitudes precisam ser tomadas para que a saúde do paciente não seja comprometida. Como consequência, ele citou a possibilidade de um descredenciamento em massa e o favorecimento de mercados paralelos, em que médicos cobram por fora um valor para a consulta. “Estamos propondo uma forma de regionalizar as discussões. Juntar as representações locais de médicos, das operadoras e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para debater os temas locais”, diz Curi.

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