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Qual é a melhor idade para conversar com os filhos sobre o álcool?

Segundo novo relatório da Academia Americana de Pediatria, o ideal é que os pais abordem o assunto com as crianças antes de elas completarem 10 anos

Por Da Redação
1 set 2015, 16h04

Para evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica entre pré-adolescentes e jovens, o ideal é que pais e médicos conversem com as crianças sobre o assunto já aos 9 anos. Essa é a recomendação da Academia Americana de Pediatria de acordo com um relatório publicado na última edição da revista científica Pediatrics.

Pode parecer muito cedo falar com uma criança sobre consumo de álcool, mas os especialistas afirmam que isso deve ser feito antes que elas experimentem o primeiro gole – algo que geralmente ocorre antes dos 13 anos.

“Pesquisas indicam que as crianças começam a ver o álcool como algo positivo entre os 9 e os 13 anos. Quanto mais os jovens estiverem expostos à publicidade e à comercialização do álcool, maior o risco do consumo. Se eles já estiverem bebendo, a exposição fará com que eles bebam mais ainda. Portanto, é muito importante começar a falar com as crianças sobre os perigos do álcool tão precocemente”, explicou Lorena Siqueira, professora na Universidade Internacional da Flórida e coautora do relatório.

Segundo o documento, 21% dos jovens reconhecem ter tomado pelo menos um gole de álcool antes dos 13 anos de idade, sendo que a maioria (79%) fez isso aos 12 anos. O relatório mostrou ainda que metade dos estudantes do ensino médio nos Estados Unidos admite o consumo de bebida alcoólica. Destes, a proporção de jovens que bebem em excesso, na forma de binge, ultrapassa os 50% naqueles de 12 a 14 anos e chega a 72% na faixa etária entre 18 e 20 anos.

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Beber em binge significa consumir pelo menos cinco doses de bebida alcoólica, no caso dos homens, ou quatro doses, no caso das mulheres, em um período de duas horas. No entanto, os pediatras alertam que a quantidade pode ser menor para os adolescentes já que eles tendem a pesar menos. Para os mais jovens, pode-se considerar excessivo o consumo de três doses em um intervalo de duas horas.

Comportamento de risco – Para os autores, o consumo excessivo de álcool é considerado comum na adolescência porque é uma fase em que os jovens estão explorando e testando seus limites. Outro problema encontrado pelos pediatras é que, além de beber em excesso, eles optam pelo consumo de destilados, que são mais perigosos e podem causar óbito. “O uso de álcool na juventude está associado à ocorrência de morte e lesões graves como acidentes de carro, homicídios e suicídios”, afirmou Lorena.

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Na maioria das vezes, os pais não percebem que seus filhos estão experimentando bebidas tão precocemente. Os pediatras também não costumam perguntar a um pré-adolescente sobre o consumo de álcool. “Quatro em cada cindo adolescentes disseram que seus pais são a maior influência sobre sua decisão de beber. É por isso que os pais precisam dar um bom exemplo”, afirma Lorena. “Eles podem tomar um copo de vinho na presença das crianças, mas ficar embriagado é uma má ideia. Além disso, os pais também não devem falar sobre o álcool como algo que ajuda a corrigir ou esquecer os problemas”, explicou a médica.

Brasil – Um levantamento divulgado por pesquisadores da Unifesp em 2014 revelou que o binge é comum em 43% dos adolescentes brasileiros de até 17 anos, 55% dos jovens com até 21 anos e 61% daqueles com até 25 anos de idade. Além disso, o estudo mostrou que os brasileiros estão bebendo mais cedo e em maior quantidade. A idade média do começo da inserção da bebida na vida dos entrevistados foi de 15 anos.

Um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que o consumo de álcool no Brasil supera a média mundial. De acordo com dados da organização, a ingestão média no planeta entre pessoas acima de 15 anos em 2010 era de 6,2 litros por ano por indivíduo. Já no Brasil, uma pessoa dessa faixa etária ingere, em média, 8,7 litros de álcool por ano.

(Da redação)

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