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Mais de 90% dos médicos brasileiros já receitaram anticoncepcional em regime contínuo

Método evita a menstruação, e geralmente é indicado para evitar dores decorrentes de cólicas e endometriose

Por Da Redação
11 mar 2012, 14h42

Uma pesquisa inédita feita com 1.100 médicos de todo o Brasil mostrou que 94% dos especialistas já prescreveram pílula anticoncepcional em regime contínuo para suas pacientes pelo menos uma vez. Esse método é utilizado quando, por algum motivo, a mulher não deseja menstruar e, então, toma os comprimidos sem obedecer os intervalos entre uma cartela de pílula e outra. O estudo foi desenvolvido na Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, e apresentado à comunidade médica em novembro do ano passado no 54º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia em Curitiba, Paraná, mas somente agora foi divulgado para o público em geral.

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ANTICONCEPCIONAL EM REGIME CONTÍNUO

Normalmente, a pílula anticoncepcional é ingerida durante um período de 21 dias e, depois, a mulher permanece sete dias sem tomar os comprimidos. É justamente nesse tempo em que vem a menstruação. Uma cartela pode ter 28 comprimidos, mas sete são placebo, e é recomendada para mulheres que se esquecem de reiniciar uma nova cartela. Quando regime é contínuo, a mulher inicia uma nova cartela no dia seguinte ao fim da última, não respeitando o intervalo. Nem sempre a paciente evita a menstruação: ela pode ter sangramentos leves enquanto toma a pílula ou até hemorragias mais graves – o que é mais incomum de ocorrer e deve levar a mulher imediatamente ao médico. Não há limite de tempo para o uso desse método.

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No levantamento, os pesquisadores pediram para que os 1.100 médicos respondessem a um questionário questionando se já haviam prescrito a pílula anticoncepcional em regime contínuo e, se sim, os motivos que os levaram a tomar essa decisão.

Os resultados demonstraram que 93% dos médicos já haviam atendido mulheres que procuraram o consultório médico interessadas no método contínuo. Além disso, 94% dos especialistas afirmaram já terem receitado a pílula nesse regime para alguma paciente por qualquer motivo. Os principais motivos listados pelos médicos foram: evitar dores de cólica menstrual e endometriose e adequar-se à comodidade da paciente – ou seja, a fatores pessoais como rotina de emprego ou alguma viagem, por exemplo.

“Foi uma surpresa observar que a comodidade da paciente foi o terceiro fator mais levado em consideração na hora de o médico receitar o método”, disse ao site de VEJA Luciano Pompei, ginecologista da Faculdade de Medicina do ABC e coordenador do estudo. O pesquisador afirmou que, geralmente, quando a mulher procura o médico para que ele lhe receite a pílula em regime contínuo, ela deseja deixar de menstruar por motivos pessoais do dia-a-dia, não necessariamente porque sente dores. “Quando o médico receita, na maioria das vezes, é para poupar a paciente de sentir dores ou sintomas decorrentes do período da menstruação, como cólicas e tensão pré-menstrual”, disse

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Riscos – Segundo o ginecologista, os estudos que existem sobre esse método contínuo não demonstraram riscos diferentes do que aqueles observados nas pílulas em regime normal. No entanto, disse Pompei, não há pesquisas sobre o assunto com um número tão grande de mulheres quanto as já realizadas em relação ao regime normal da pílula.

“Portanto, as contraindicações para o uso da pílula anticoncepcional em regime contínuo são as mesmas para o uso regular dos comprimidos. Ou seja, quem não pode tomar a pílula de um jeito, também não deve fazer seu uso de outro. São pacientes com problemas como hipertensão arterial, enxaquecas com aura, mulheres com mais de 35 anos que fumam, pacientes que têm ou tiveram câncer de mama, entre outros”, afirmou o pesquisador. Muitos desses problemas de saúde, somados à pílula, podem ser fortes fatores de risco para o surgimento de doenças mais graves como o acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.

Pompei também explicou que, assim como a pílula tomada em regime não contínuo, esse outro método não prejudica a fertilidade da mulher. Segundo o médico, ao interromper o uso dos contraceptivos, a paciente volta a ser capaz de ter filhos normalmente.

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