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Pesquisadores descobrem como ativar a gordura “boa”

A gordura marrom, que queima energia, poderia desempenhar um papel importante na luta contra a epidemia de obesidade no mundo

Por Da Redação
22 set 2011, 08h58

Pesquisadores do Joslin Diabetes Center, em Boston, nos Estados Unidos, conseguiram identificar pela primeira vez duas vias moleculares fundamentais para a ativação da gordura marrom, chamada de “gordura boa”, no organismo. Como essa gordura leva a um gasto calórico mais elevado, a descoberta pode ser um passo importante na luta contra as epidemias de obesidade e diabetes pelo mundo.

Saiba mais:

GORDURA MARROM

O tecido adiposo marrom, também chamado de gordura “boa”, é abundante em recém-nascidos e em crianças até a puberdade. Sua principal função é manter a temperatura do corpo. Ao transformar a gordura corporal em calor, esse tecido libera a energia excedente, em vez de acumulá-la.

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Publicado no periódico médico Endocrinology, o estudo encontrou dois caminhos que levam à ativação da proteína necdin, responsável por impedir que a gordura marrom cresça. Com essa informação, procurou-se, então, descobrir outros caminhos de ação: seja para inativar ou ativar a necdin pelo estímulo a duas proteínas distintas. “Essa é uma peça muito importante do quebra-cabeça”, diz Aaron Cypess, coordenador da pesquisa. “A questão é que temos de aprender a cultivar essas células de gordura marrom. Há muita informação ainda faltando, mas preenchemos alguns detalhes importantes.”

De acordo com a pesquisa, a descoberta pode ajudar a desenvolver intervenções com o uso da gordura marrom para o tratamento da obesidade e do diabetes. Uma das ideias levantadas seria a de cultivar a gordura marrom em laboratório e transplantá-la para o corpo de pessoas que necessitem dela. Outra, poderia ser o desenvolvimento de drogas que estimulem o crescimento desse tecido no organismo.

Estudos anteriores – A pesquisa é a mais recente de uma série de estudos que vem sendo coordenador por Aaron Cypess e Yu-Hua Tseng. Em julho, Cypess já demonstrado que a gordura marrom pode ser vista em exames de imagem em cerca de metade das crianças até a puberdade. Depois desse período, ela começaria a desaparecer, de acordo com um estudo publicado no Journal of Pediatrics.

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Em 2009, Cypess e sua equipe demonstraram pela primeira vez, em pesquisa no New England Journal of Medicine, que a gordura marrom é ativa em adultos. Anteriormente, se acreditava que a gordura marrom estava presente apenas em bebês e crianças. O estudo, no entanto, mostrou que ela foi encontrada em 5,4% de todos os adultos, com índices mais elevados nas mulheres.

Um estudo de 2008 publicado na Nature por Tseng descobriu que uma proteína chamada BMP7 podia induzir a formação de gordura marrom. Outra pesquisa recente, de 2011, identificou células precursoras em camundongos que poderiam ser ativadas pela BMP7 e outros indutores para se transformarem em gordura marrom.

Em relação à pequena porcentagem de pessoas onde a gordura marrom foi detectada no estudo de 2009, Tseng diz que é possível que uma porcentagem muito mais alta de pessoas tenha a gordura marrom – possivelmente todo mundo – mas que ela não foi possível de se detectar porque os aparelhos usados não eram sensíveis o suficiente ou porque ela pode não ter sido ativa na maioria das pessoas. “Gordura marrom queima energia, é um tecido especial. Estes estudos abriram uma nova avenida para o tratamento da obesidade e suas doenças relacionadas”, diz Tseng.

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