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Pacientes com câncer terão tratamento personalizado no futuro

Pesquisadores de Pernambuco pretendem tratar de maneira personalizada cada caso de câncer, diminuindo os custos e aumentando a chance de cura

Por Marco Túlio Pires, de Águas de Lindóia
26 ago 2010, 21h10

Equipe está realizando a pesquisa há 10 anos e atualmente acompanha um grupo de mais de 500 pessoas, de oito cidades da região metropolitana de Recife.

Em um futuro próximo, pacientes com câncer poderão ter um tratamento específico para suas necessidades. Pesquisadores de Pernambuco desenvolveram um método para analisar a condição molecular de cada paciente, gerando informação suficiente para que os médicos possam prever como cada indivíduo irá reagir à radioterapia e à quimioterapia. O trabalho foi divulgado nesta quinta-feira (26) na 25ª FeSBE, em Águas de Lindóia.

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“Atualmente, o tratamento de câncer é feito baseado em dados estatísticos”, explica o médico Ademir Amaral, presidente da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares e coordenador da pesquisa. “Não é possível dizer com precisão como cada paciente irá reagir ao tratamento”, afirma Amaral. A estimativa é feita com base em estatísticas de casos analisados em outros pacientes. “O paciente é informado sobre a porcentagem de chance de sucesso do tratamento, mas os dados podem se confirmar na prática ou não”. Além disso, diz o médico, os tratamentos são concentrados no tumor, e não no paciente. “O câncer é tratado como se fosse algo diferente do corpo humano, quando na verdade os dois são uma coisa só. É isso que estamos tentando mudar, tratando a doença e o ser humano como partes conjuntas.”

Caminho molecular – Agora, os pesquisadores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), do Hospital do Câncer de Recife e do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco, desenvolveram um método para descobrir as causas metabólicas do câncer em cada paciente. A ideia é percorrer o caminho molecular que leva à formação do tumor e não apenas identificar o local específico dentro do corpo humano onde ele se manifesta. A equipe está realizando a pesquisa há 10 anos e atualmente acompanha um grupo de mais de 500 pacientes, de oito cidades da região metropolitana de Recife. São pacientes diagnosticados com câncer no colo do útero, de cabeça e pescoço e no sangue, a leucemia. No último caso, o método é especialmente importante porque é impossível remover o câncer em um procedimento cirúrgico, uma vez que ele se manifesta no tecido sanguíneo, ou seja, por toda a extensão do corpo. Com isso, os pesquisadores acreditam que poderão tratar a raiz do problema que leva ao câncer e não apenas os sintomas.

Para isso, Amaral e seus colegas estudaram algumas proteínas que são responsáveis por controlar o mecanismo de ação do corpo quando ele é agredido pelos efeitos químicos ou radioativos do tratamento. “Na fase em que estamos, não interferimos nos protocolos estabelecidos para tratamento do paciente. Desenvolvemos um método para tentar prever como cada indivíduo vai responder, à sua maneira, ao tratamento padronizado que existe hoje”, diz. De acordo com o pesquisador, as previsões têm sido satisfatórias. Os médicos estão conseguindo avançar na previsão do nível de resistência de cada pessoa. “Isso ajuda a reduzir a ansiedade do paciente, da família e a planejar melhor o rumo do tratamento. No futuro, poderemos decidir ajustes na intensidade da radioterapia e da quimioterapia por paciente, baseado no perfil molecular das pessoas, e assim, cada uma terá um tratamento personalizado”, diz Amaral.

Tratamento do futuro – No estágio atual da pesquisa, a medicação dos pacientes não é alterada. “Fazemos testes clínicos específicos em cada paciente, antes do tratamento e verificamos, após a realização das doses convencionais de quimioterapia e radioterapia, se as nossas previsões sobre o que ocorre com o paciente estão corretas”. Esse cuidado, explica Amaral, é necessário porque o método personalizado de tratamento ainda precisa passar pelo crivo dos órgãos de regulação da medicina, como o conselho federal e o Ministério da Saúde.

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Contudo, o especialista está otimista e disse que em cinco anos será possível adaptá-lo aos pacientes, regulando a intensidade da radioterapia de acordo com a resistência de cada indivíduo. “É o futuro”, diz Amaral.

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