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Número de jovens com HIV cresce no Brasil

Presença da doença entre rapazes com idade entre 17 e 20 anos cresceu 33%, mostra levantamento do Ministério da Saúde

Por Nana Queiroz
1 dez 2010, 14h22

Entre os jovens de 15 a 24 anos de idade, 97% tem conhecimento de que preservativo é a melhor maneira de evitar a contaminação pelo HIV

Levantamento divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde revela o crescimento do número de jovens contaminados pelo HIV no Brasil. A pesquisa, feita com 35.000 pessoas do sexo masculino entre 17 e 20 anos, mostra que o percentual de soropositivos nesse grupo passou de 0,09% para 0,12%, alta de 33%. A pesquisa levou em consideração os últimos cinco anos.

De acordo com a Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP 2008), o aumento se concentra principalmente entre os jovens de menor escolaridade. A ocorrência é de 0,17% entre rapazes com ensino fundamental incompleto e 0,10% entre os que terminaram essa etapa da educação.

A variação nas taxas de contaminação de acordo com a escolaridade surpreende. Isso porque 97% dos jovens com idades entre 15 e 24 anos sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a contaminação pelo HIV. O uso da camisinha só cai diante de uma parceria sexual estável: na primeira relação, a adesão à camisinha é de 61%, ante 30,7% registrada nas relações com parceiros fixos.

A infectologista Eliana Gutierrez, diretora da Casa da Aids, do Hospital das Clínicas de São Paulo, acredita que a variação nas taxas de acordo com a escolaridade pode ser explicada pela distância entre “informação” e “ação”. “Além de saber que o preservativo é uma prevenção contra a aids, precisamos nos certificar de que o acesso a ele também é igual para todos os jovens. E nem sempre as pessoas sabem onde podem procurar esse recurso”, diz. Leia entrevista com especialista.

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Queda no Sudeste – Desde 1980, o Brasil contabiliza 592.914 casos de aids, atualizados até junho de 2010. Em 2009, foram notificados 38.538 casos. Assim, a taxa de incidência chegou a vinte casos a cada 100.000 habitantes. Entre 1999 e 2009, a taxa no Sudeste caiu de 24,9 para 20,4 casos a cada 100.000 habitantes, apesar de a região ainda concentrar 58% dos casos. Nas demais áreas, a taxa cresceu: 22,6 para 32,4 no Sul; 11,6 para 18 no Centro-Oeste; 6,4 para 13,9 no Nordeste e 6,7 para 20,1 no Norte.

As maiores vítimas ainda são os homens, mas a diferença vem diminuindo. Em 1989, eram seis homens contaminados a cada mulher. Em 2009, a relação era de apenas 1,6. Entre os 13 e os 19 anos, o número de mulheres soropositivas já ultrapassa o de homens: há oito casos de meninos para cada dez de meninas. Por outro lado, os casos de contaminação entre crianças com menos de cinco anos diminuíram consideravelmente, em parte pelo sucesso no combate à transmissão vertical (da mãe para o filho): a redução foi de 954 casos, em 1999, para 468, no ano passado.

A doença é mais frequente na faixa etária dos 20 aos 59 anos. Mas em todas as idades, a via de transmissão mais comum é a sexual. Nas mulheres, 94,9% dos casos registrados em 2009 eram decorrentes de relações heterossexuais. Entre os homens, 42,9% foram provenientes de relações heterossexuais, 19,7% homossexuais e 7,8% bissexuais. Os demais casos são fruto de transmissão sanguínea e vertical. O coeficiente de mortalidade está estável no país, em torno de seis óbitos por 100.000 habitantes. Ele caiu no Sudeste, Norte e Nordeste e se estabilizou no Centro-Oeste e Sul.

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