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Número de casos da superbactéria no Brasil pode ser maior

Diretor da Anvisa afirma que sistema de notificação não é eficiente o bastante

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h38 - Publicado em 22 out 2010, 18h01

O número de infecções e mortes causados pela superbactéria KPC (Klebsiella Produtora de Carbapenemase, bactéria capaz de resistir a praticamente todos os antibióticos existentes) pode estar subestimado no Brasil. Até o momento, o Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior número de vítimas fatais causado pela superbactéria. Entre janeiro e outubro deste ano, foram identificados 183 portadores da KPC no Distrito Federal. Desse total, 46 tiveram infecção e 18 morreram. De acordo com nota divulgada pela Secretaria da Saúde, atualmente, 61 pacientes continuam internados em hospitais públicos e privados e oito ainda apresentam quadro de infecção. A superbactéria atinge pacientes que já estão com a saúde debilitada e não oferece riscos significativos a quem não está doente.

Para Fabíola de Aguiar, secretária de saúde do Distrito Federal, a alta quantidade de notificações de casos de KPC no DF ocorre por haver procedimentos para diagnosticar a bactéria multirressistente. “Em Brasília nós fomos atrás dos casos, com exames de laboratório retroativos. Se isso for feito em todos os estados, você pode se surpreender”, disse em entrevista ao site de VEJA.

Além do Distrito Federal, foram registrados casos no Espírito Santo (3 casos), Santa Catarina (3), Goiás (4), Minas Gerais (12), Paraná (24, com uma morte registrada) e São Paulo, que não informou o número de casos. Mas Dirceu Barbano, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), admite que “provavelmente não foi apenas nesses estados que houve casos.”

Segundo Barbano, o maior número de casos no Distrito Federal “vem do fato de que a secretaria resolveu reconhecer a bactéria – gerando a sensação de que há um problema adicional, como não deve haver.”

Para o diretor, haveria maior segurança na tomada de decisões sobre a superbactéria se existisse um sistema de notificações mais eficiente. Os responsáveis pela notificação de casos da superbactéria são os estados e municípios. “Se não notificar, não tem remédio. A Anvisa não tem como prender ou multar quem não notifica”, afirmou Barbano.

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Mutação – A KPC é uma mutação genética responsável por tornar a bactéria resistente aos principais grupos de antibióticos utilizados no tratamento de pacientes debilitados, por isso, ela é conhecida como multirresistente. Em geral, o corpo humano é habitado por milhares de bactérias, que nem sempre fazem mal à saúde. O uso indevido de antibióticos é responsável pelo fortalecimento e pela mutação de algumas bactérias, que se tornam imunes aos antibióticos.

A preocupação com a disseminação ocorre porque a bactéria possui uma estrutura genética móvel, chamada plasmídeo, que é capaz de se transferir de uma bactéria para outra. Por isso, a preocupação com medidas de segurança como isolamento e higienização.

As infecções pela superbactéria ocorrem no ambiente hospitalar. Pacientes com quadro de saúde mais debilitado, como politraumatizados, internados em UTI, com uso de vários procedimentos de caráter invasivo, são os mais propensos a adquirir a superbactéria.

O primeiro caso no Brasil ocorreu em 2005 e foi descrito em 2009.

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