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“Não virão médicos portugueses e espanhóis. Virão cubanos”, diz presidente do CFM

Roberto Luiz d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina, afirmou que o ministro da Saúde precisa agir com mais transparência ao tratar sobre a importação de médicos estrangeiros para o país

Por Da Redação 12 jun 2013, 17h30

“Um médico ruim é pior do que nenhum médico.” – Roberto Luiz d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)

Após o anúncio de que o governo brasileiro estuda realizar o reconhecimento mútuo entre o diploma de médicos do Brasil e de Portugal, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Ávila, fez duras críticas às atuais medidas adotadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para expandir o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no interior do país.

Luiz d’Ávila afirmou que o ministro da Saúde precisa agir com mais transparência ao tratar sobre a importação de médicos estrangeiros para o país. “Não virão portugueses e espanhóis. Virão cubanos, o que ele não falou”, disse o presidente do CFM. Em maio, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, anunciou que o Brasil negociava um acordo com Cuba para receber 6 000 médicos cubanos – o que virou alvo de críticas pelo despreparo dos profissionais que viriam ao país. “Ele [Padilha] não tem coragem de dizer o que o Patriota falou. Ele não fala, foge desse assunto. Mas isso é eleitoreiro. A própria presidente Dilma disse que prefere enfrentar as entidades médicas do que enfrentar prefeitos.”

Além disso, o presidente do CFM acredita que os estrangeiros pleiteados para atuar no Brasil não vão querer atuar nas condições oferecidas atualmente. “Eu tenho certeza que o médico português ou espanhol, quando conhecer a realidade do nosso Brasil, com postos de saúde caindo aos pedaços, falta de material minimamente adequado para o exercício da profissão e ainda ser refém de prefeito, não aceitará vir para cá”, disse Roberto Luiz d’Ávila.

Leia ainda: Ministério da Saúde estuda equivalência de diploma médico entre Brasil e Portugal

Sem avaliação – O presidente do CFM também questionou a intenção do ministério de dispensar esses médicos do Revalida, exame que autoriza médicos estrangeiros a atuarem no país. Para Luiz d’Ávila, um médico jamais deve deixar de ser avaliado. “Um médico ruim é pior do que nenhum médico. As pessoas confiam e ele pode retardar um diagnóstico que poderia salvar um paciente. As pessoas não podem se iludir. Elas devem exigir que todo médico seja competente.”

Outro argumento para ser contrário à importação de médicos utilizado pelo presidente do Conselho de Medicina é a falta de condições adequadas oferecidas aos profissionais brasileiros, o que seria essencial para resolver o déficit de profissionais na periferia brasileira, e a ausência de uma carreira para médicos de estado.

“O ministro usa os números para ajudá-lo a manter um equívoco no ar. Não faltam médicos no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma previsão para 2015 e descobriu que 45 países terão falta de médicos. O Brasil não faz parte dessa relação. O que acontece é que os médicos estão concentrados na região Sul e Sudeste”, disse.

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