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Mulher vai parar no hospital por beber refrigerante em vez de água por 16 anos

Aos 31 anos, ela foi internada em um hospital com desmaios e arritmia, e apresentava uma quantidade muito baixa de potássio na corrente sanguínea

Por Da Redação
27 jun 2013, 13h31

Uma mulher de 31 anos deu entrada em um hospital do principado de Mônaco, no sul da França, por sofrer desmaios e arritmia cardíaca. Ela não apresentava histórico familiar de problemas cardíacos ou anomalias hormonais e metabólicas. Os primeiros exames revelaram que seus níveis de potássio na corrente sanguínea eram extremamente baixos, quadro que está ligado ao surgimento de sintomas como ritmo anormal do batimento do coração. A paciente apresentava 2,4 milimol de potássio por litro de sangue (mmol/L), enquanto uma mulher da sua idade deveria apresentar um valor entre 3,5 e 5,1 mmol/L.

Ao analisar o histórico da paciente, os médicos descobriram a provável causa de sua condição: há 16 anos ela havia substituído o consumo de água por refrigerantes de cola. Orientada pelos médicos a mudar rapidamente este hábito, a paciente recuperou em breve os níveis normais de potássio. Após uma semana, seu nível de potássio já era de 4,1 mmol/L.

Outro sintoma que a paciente apresentava era um intervalo QT muito longo. Essa medida corresponde ao tempo que decorre entre o início da onda Q e o final da onda T do ciclo do coração, e seu aumento é relacionado a arritmia e risco de morte súbita. O intervalo da paciente era de 610 milissegundos, enquanto um tempo normal para ela seria 450 milissegundos.

Pesquisa – Naima Zarqane e Nadir Saoudi, médicos do Centro Hospitalar Princesa Grace, em Mônaco, escrevera um artigo descrevendo o caso, que foi apresentado nesta terça-feira em um evento da Associação Europeia do Ritmo Cardíaco (EHRA, na sigla em inglês).

Para os autores, existem duas explicações possíveis sobre como o consumo de bebidas de cola leva a uma redução do nível de potássio no sangue. O xarope de milho rico em frutose presente nesses refrigerantes impede a absorção de água pelo intestino, o que pode causar diarreia, que é associada à perda de fluidos que acabam levando o potássio também para fora do organismo. Além disso, a cafeína presente na cola pode reduzir a quantidade de potássio que é reabsorvida pelos rins.

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Pesquisando na literatura médica, os autores encontraram relatos de outros seis casos de consumo excessivo de bebidas à base de cola que trouxeram prejuízos à saúde. Dentre as complicações estavam danos ao tecido muscular, arritmias e um caso de óbito por Torsades de pointes, um tipo raro de arritmia ventricular que pode ocasionar paradas cardiorrespiratórias.

Para Zarqane, um dos papéis deste estudo é mostrar que os cardiologistas precisam estar atentos à ligação entre o consumo de refrigerantes de cola e a perda de potássio. Segundo ele, os médicos devem perguntar a pacientes que apresentem prolongamento no intervalo QT sobre seus hábitos em relação a bebidas.

“As pessoas precisam estar atentas aos riscos à saúde oferecidos pelo consumo excessivo de bebidas açucaradas. Isso é importante também para que o governo garanta que a água mineral seja mais barata do que essas bebidas, o que nem sempre acontece”, afirma Saoudi.

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