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Mortes por dengue crescem 90% em 2010

Ministro da Saúde culpa 'chuvas e altas temperaturas'

Por Luciana Marques
11 nov 2010, 19h10

O número de mortes em decorrência da dengue no país aumentou quase 90% neste ano em relação a 2009, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde. Foram 592 mortes até 16 de outubro, contra 312 em todo o ano passado. A quantidade de casos notificados também aumentou cerca de 90%, passando de 489.819, em 2009, para mais de 936.000, em 2010.

Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o aumento se deve à volta da circulação do vírus 1, que atingiu estados e municípios cuja população não estava protegida, e às chuvas e altas temperaturas. Outro motivo, diz Temporão, são os “problemas de saneamento básico e coleta regular de lixo; e fatores relacionados ao setor saúde: diretrizes do governo de 2009 ainda estão em tramitação em muitos estados e municípios – há deficiências de infraestrutura e falta capacidade técnica”. Para terminar o rosário de desculpas, Temporão citou as “dificuldade de acesso dos agentes de saúde em alguns locais”.

Alto risco – Segundo o governo, 15 municípios sofrem alto risco de surto da doença, incluindo duas capitais: Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO). Outras 11 capitais estão em situação de alerta: Salvador (BA), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), Maceió (AL), Recife (PE), Goiânia (GO), Aracaju (SE), Manaus (AM), Boa Vista (RR), Fortaleza (CE) e Vitória (ES).

Diante dos péssimos resultados, o Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira a Campanha Nacional de Combate à Dengue. “Embora o grau de conhecimento das pessoas sobre a doença e a prevenção seja alto, em torno de 96%, o brasileiro sabe que tem papel fundamental na eliminação dos focos do mosquito, o que ainda é um desafio no Brasil”, afirmou Temporão.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, também reforça o papel da sociedade no combate ao mosquito transmissor da doença: “Cada vez mais, precisamos difundir a ideia de que dengue não é um problema só da saúde e nem só dos governos. Se a comunidade não se envolver, e se não houver a articulação com outros setores, continuaremos enfrentando aumento de casos e de mortes por dengue no Brasil”.

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