Mamadeira de plástico pode trazer riscos
O Ministério Público Federal instaurou um inquérito para investigar os efeitos nocivos à saúde das pessoas expostas ao bisfenol A
A utilização do bisfenol A para a fabricação de recipientes de plástico, como mamadeiras e copos para bebês, está sendo questionada pelo Ministério Público Federal (MPF). De acordo com informações da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, divulgadas nesta segunda-feira, foi instaurado um Inquérito Civil Público para investigar os efeitos nocivos à saúde das pessoas expostas à substância.
Estudos científicos já apontaram que o bisfenol A poderia ser responsável por doenças como o câncer de mama, distúrbios no coração, obesidade e hiperatividade. Além disso, os pesquisadores também apontaram problemas para os fetos, afetados durante a gestação, e para crianças pequenas que podem ter suas funções endócrinas prejudicadas.
Segundo o MPF, o objetivo do inquérito é solicitar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informações sobre a regulamentação da utilização do bisfenol A, além de um levantamento de estudos sobre os aspectos que podem trazer danos à população.
O debate sobre o uso da substância para a produção de produtos de plástico não é nova. O bisfenol A já foi proibido em países como o Canadá, Dinamarca e Costa Rica.
A Anvisa afirmou que recentemente discutiu com os países membros do Mercosul o uso de aditivos em embalagens e equipamentos plásticos. “O limite estabelecido foi o de 0,6 miligramas do produto para cada quilo da embalagem. Dentro desse parâmetro, a substância não oferece risco para a saúde da população”, disse, em nota.
A agência ressaltou ainda que nem a União Europeia e o FDA proibiram o uso do bisfenol A em materiais plásticos que entram em contato com alimentos. “A Anvisa já está sabe do caso, desde o começo das discussões, quando o Canadá proibiu o uso deste aditivo, e acompanha a discussão e estudos internacionais sobre o tema”, afirmou.