Idade em que criança com TDAH começa a ser tratada é determinante para melhora do desempenho escolar
Segundo estudo, quanto mais cedo o jovem passar a receber tratamento, menor será o prejuízo em testes escolares ao longo do ensino fundamental
Pesquisadores da Faculdade de Medicina Mount Sinai, nos Estados Unidos, e da Universidade da Islândia identificaram uma relação entre a idade em que uma criança com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) começa a receber o tratamento para o problema e o seu desempenho escolar ao longo dos anos. Segundo o estudo, jovens que iniciaram o tratamento aos dez anos apresentaram melhores resultados em testes de matemática após três anos do que aqueles que passaram a tomar os medicamentos a partir dos 12 anos de idade. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira na revista Pediatrics.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: A Population-Based Study of Stimulant Drug Treatment of ADHD and Academic Progress in Children
Onde foi divulgada: revista Pediatrics
Quem fez: Helga Zoëga, Kenneth Rothman, Krista Huybrechts, Örn Ólafsson e outros
Instituição: Faculdade de Medicina Mount Sinai, Estados Unidos, e Universidade da Islândia
Dados de amostragem: 11.872 crianças com TDAH
Resultado: O declínio do desempenho em testes de matemática realizados na quarta e na sétima série do ensino fundamental foi de 0,9% entre jovens que começaram a tomar medicamentos para TDAH aos dez anos e de 9,4% os que passaram a receber tratamento aos 13 anos
Ao todo, o trabalhou acompanhou 11.872 crianças islandesas que começaram a tomar medicamentos para TDAH em diferentes idades. Os pesquisadores aplicaram testes que avaliaram o desempenho acadêmico desses jovens quando eles estavam na quarta série do ensino fundamental (e tinham entre nove e dez anos de idade) e quando eles estavam na sétima série (entre 12 e 13 anos). Depois, eles compararam os resultados das duas avaliações.
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No geral, as crianças que começaram a tomar medicamentos para TDAH logo após realizarem os testes aplicados na quarta série do ensino fundamental tiveram uma piora de 0,3% nos resultados do segundo teste de matemática em comparação com o primeiro. Por outro lado, os jovens que passaram a receber o tratamento apenas entre a sexta e a sétima série apresentaram um declínio de 9,4% entre uma prova e outra. Os autores também concluíram que, enquanto entre as meninas o tratamento melhorou somente o desempenho em matemática, entre os meninos o benefício também ocorreu em relação aos testes relacionados à linguagem e à literatura.
Mais medicamentos – Um estudo publicado recentemente também no Pediatrics mostrou que as crianças americanas estão tomando menos antibióticos, mas maiores quantidades de remédios para TDAH. Essa pesquisa indicou que o número de prescrição dessas drogas aos jovens de até 17 anos aumentou em 46% entre 2002 e 2010 no país.
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