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Falta d’água pode contribuir para mais casos de chikungunya, diz especialista

Crise no abastecimento favorece a proliferação do mosquito que transmite o vírus que causa a doença, alerta pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz

Por Da Redação
11 out 2015, 16h16

A crise no abastecimento de água em diferentes estados brasileiros pode facilitar a proliferação do mosquito Aedes aegpyti, transmissor dos vírus que provocam as febres chikungunya e zika, afirma Rivaldo Venâncio da Cunha, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Conhecemos as condições ambientais nas quais o mosquito se reproduz e se espalha. E a associação com as dificuldades no abastecimento de água tem contribuído, aparentemente, para a proliferação, haja vista o que tem acontecido na região Sudeste em relação à dengue”, disse o especialista. Segundo ele, a proliferação do mosquito e o consequente aumento dos casos preocupam porque são doenças relativamente novas no país. “A rede de saúde e os profissionais ainda não estão habituados a identificar os casos. A inexperiência clínica dificulta o diagnóstico precoce”, disse Cunha durante o 32º Congresso Brasileiro de Reumatologia, em Curitiba (Paraná). “Uma das razões, especialmente em relação ao chikungunya, que podem contribuir para uma evolução desfavorável ou crônica é justamente o diagnóstico tardio”, afirmou. Rivaldo Cunha diz que é difícil saber quantos casos de chikungunya ou de zika existem no país, porque apenas uma parcela é de fato notificada e confirmada.

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Segundo Cunha, existe a possibilidade de que já esteja em curso no país uma explosão do zika vírus, sem que se saiba disso. Ele explicou que isso pode ocorrer porque a zika pode ser confundida com a dengue. “Pode ser que nesse 1,5 milhão de casos de dengue notificados neste ano no Brasil haja algumas dezenas ou centenas de milhares de casos que não sejam dengue, mas zika”, disse o professor, que estima entre 150 mil e 200 mil o número de casos de zika no país. “São casos em que os pacientes praticamente não tiveram febre e começaram com quadro de vermelhidão e coceira”, explicou. Em geral, o sintoma da dengue que a diferencia é a febre alta.

Embora transmitidas pelo mesmo mosquito, a dengue e a zika vírus são provocadas por vírus diferentes. O nível de gravidade também é diferente. “A dengue, em geral, é mais grave que a zika porque a provoca a morte com maior frequência. A ação do vírus no organismo é diferente.” Só pelo sintoma não seria possível diferenciar uma doença da outra; é preciso o diagnóstico, destacou Cunha. O problema é que o diagnóstico da febre zika não está disponível em toda a rede pública de saúde, podendo demorar até três ou quatro meses para o caso ser identificado. “Às vezes mais, até seis meses, para aguardar o resultado da sorologia para chikungunya ou zika.”

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Segundo o Ministério da Saúde, a febre do zika vírus é uma doença viral aguda, caracterizada por febre intermitente, dor de cabeça, olhos vermelhos, sem secreção ou coceira, dores em articulações, erupções no corpo com pontos brancos ou vermelhos, dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas. Os sinais e sintomas podem durar até sete dias. A maior parte dos casos, porém, não apresenta sinais e sintomas e não há registro de morte associada.

O chikungunya é uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus Chikungunya. Os principais sintomas são febre acima de 38,5 graus, dores intensas nas articulações de pés e mãos (dedos, tornozelos e pulsos). Podem ocorrer dores de cabeça, nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não desenvolvem sintomas.

(Da redação)

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