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Exposição a agrotóxicos pode alterar comportamento de gerações futuras

Pesquisa feita com ratos mostrou que elementos tóxicos afetam resposta ao stress e aumentam ansiedade de animais e seus descendentes

Por Da Redação
22 Maio 2012, 09h46

O contato com elementos ambientais tóxicos pode influir na resposta de futuras gerações ao stress e causar desordens de conduta, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos com ratos. O trabalho, feito por pesquisadores das universidades de Washington e do Texas, comprovou que exposição de fêmeas que esperavam filhotes a um fungicida utilizado em frutas e verduras, a vinclozolina, tinha consequências sobre a conduta da terceira geração de seus descendentes, apesar deles terem sido criados livres do agrotóxico.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Epigenetic transgenerational inheritance of altered stress responses

Onde foi divulgada: revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)

Quem fez: David Crewsa, Ross Gillettea, Samuel Scarpinoa, Mohan Manikkamb, Marina Savenkovab e Michael Skinner

Instituição: Universidades de Washington e do Texas, Estados Unidos

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Resultado: A exposição a agrotóxicos entre fêmeas de ratos que esperavam filhotes afetou o comportamento das três gerações seguintes. Os animais se mostraram mais sensíveis às situações de stress e mais ansiedade do que os ratos descendentes de animais que não foram expostos ao fungicida

Segundo os resultados do estudo, publicado nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), estes roedores se mostraram mais sensíveis às situações de stress e experimentaram uma maior ansiedade do que os descendentes de ratos que não tiveram contato com o fungicida.

“Estamos atualmente na terceira geração humana desde o começo da revolução química, desde que os humanos ficaram expostos a estes tipos de toxinas”, afirmou um dos autores da pesquisa David Crews.

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Até o momento, não se sabia que a resposta ao stress pudesse depender dos fatores ambientais dos antepassados. Mas os mesmos pesquisadores já tinham demonstrado anteriormente que a vinclozolina podia afetar os genes.

Segundo o estudo, a socialização do indivíduo e os níveis de ansiedade com os quais ele reage perante o stress são condicionados não só pelos eventos de sua vida mas também pela herança ancestral epigenética. A epigenética consiste nas mudanças que acontecem nos genes sem, no entanto, alterar o código genético de um indivíduo, sendo diferente de uma mutação. Enquanto em uma mutação o código genético é alterado, a epigenética só muda como um gene funciona.

“Não há dúvida de que assistimos a um aumento real de problemas mentais como o autismo e o transtorno bipolar”, declarou Crews, que opinou que isto não se deve apenas ao fato de vivermos num mundo mais frenético, mas também pelo efeito dos fatores ambientais.

Em seu estudo, os investigadores também observaram que os ratos cujos antepassados estiveram expostos à vinclozolina eram maiores e tinham níveis de testosterona mais altos.

(Com agência EFE)

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