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EUA dão sinal verde para primeira droga que previne a aids

Truvada é seguro e eficiente para impedir a infecção do HIV, desde que seja tomado todos os dias. Reunião na quinta-feira vai decidir se remédio será comercializado com finalidade de prevenção em pessoas saudáveis

Por Da Redação
8 Maio 2012, 19h57

O FDA, órgão do governo americano que controla drogas e alimentos, se mostrou favorável a um estudo que recomenda o uso de um remédio comumente usado para combater o vírus do HIV e que pode ajudar na prevenção da AIDS em pessoas saudáveis. A pílula, chamada Truvada, se mostrou segura e eficiente para prevenir a doença contanto que seja tomada todos os dias.

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TRUVADA

O Truvada, comercializado desde 2004, é a combinação de outras duas drogas mais antigas no combate do HIV, Emtriva e Viread. Os médicos normalmente receitam a medicação como parte de um coquetel que dificulta a proliferação do vírus, reduzindo as chances da aids se desenvolver.

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A capacidade de prevenção do Truvada foi anunciada pela primeira vez em 2010 como um dos grandes avanços médicos na luta contra a epidemia de aids. Um estudo de três anos descobriu que doses diárias diminuíam o risco de infecção em homens saudáveis em 44%, quando acompanhados por orientação e o uso de preservativo.

Outro estudo descobriu que o Truvada reduziu a infecção em 75% para casais heterossexuais em que um dos parceiros tinha o HIV. O remédio já está no mercado para tratar a doença, mas sob a prescrição médica em casos específicos. A aprovação do FDA permitiria a empresa Gilead Sciences, dona da medicação, para vender a droga formalmente nas condições estabelecidas pelo órgão.

A cúpula do FDA fará uma reunião na quinta-feira para discutir se o Truvada deve ser aprovado para pessoas com maior risco de contrair o HIV por meio do sexo. O relatório favorável do órgão à pílula sugere que ela vai se tornar o primeiro remédio aprovado para prevenir o HIV em pessoas com alto risco.

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Apesar do parecer positivo, os relatores do FDA disseram que os pacientes precisam ser disciplinados em relação à ingestão diária do medicamento. Nos testes clínicos, nem todas as pessoas se comprometeram com a rotina. “No mundo real, as pessoas podem se esquecer de tomar o remédio mais até do que nos testes clínicos”, informou o relatório do FDA.

A reunião do órgão americano votará se o Truvada deve ser aprovado para homens de qualquer orientação sexual, homens e mulheres em relacionamentos com parceiros infectados e outras pessoas sob risco de contrair o vírus por meio de atividade sexual. Apesar de o FDA não ser obrigado a seguir a conclusão das reuniões, raramente ele se posiciona de modo diferente.

A grande preocupação dos médicos é sobre o sucesso do Truvada entre as mulheres. Em 2011, uma pesquisa foi interrompida ao descobrir que mulheres tomando o remédio pareciam se infectar mais facilmente do que aquelas recebendo o placebo. Desde então, cientistas supõem que as mulheres precisam receber doses maiores para ter o mesmo efeito observado em homens. Os resultados negativos também podem ser resultado da indisciplina na ingestão diária do remédio.

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Opinião do especialista

Caio Rosenthal, infectologista do hospital Emílio Ribas
Caio Rosenthal, infectologista do hospital Emílio Ribas (VEJA)
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Caio RosenthalInfectologista do hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

A utilização do Truvada para pessoas que estão muito expostas ao HIV é muito bem vinda. São aquelas que trabalham em hospitais de referência para o tratamento da doença e para casais em que um dos parceiros está infectado. Aqui no Brasil, o remédio não existe, mas é possível utilizar os dois que o formam. A quantidade de comprimidos aumenta, mas o efeito seria o mesmo.

O Ministério da Saúde está discutindo se vai distribuir o remédio para as pessoas que fazem parte do grupo de alto risco. Atualmente, a única solução nesses casos é a ingestão de um coquetel antirretroviral nas quatro semanas seguintes à exposição ao vírus. Contudo, temos que ter um critério seletivo muito afiado e isso tem um custo muito alto.

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*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

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