Estudo põe em dúvida PSA para detectar câncer de próstata
Pesquisa descarta o uso do exame até para "indivíduos de risco"
A eficácia da Prova do Antígeno Prostático (PSA), exame habitual para diagnosticar o câncer de próstata, foi posta em dúvida por um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Alta Autoridade de Saúde da França (HAS).
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PSA
PSA é a sigla em inglês para antígeno prostático específico, uma proteína produzida pelas células da próstata e considerada um importante marcador biológico para determinar quais homens precisam de biópsia e quais deles têm menor risco de desenvolver o câncer de próstata. O exame de PSA sozinho, no entanto, não é capaz de fornecer informações suficientes para determinar se o paciente tem ou não a doença.
A confiabilidade deste teste, frequentemente acompanhado do toque retal e até a primeira década deste século considerado um bom indicador para medir a evolução da doença, sofreu seu primeiro revés em 2010, quando a mesma agência do governo francês anunciou que, aplicado à população masculina em geral, o exame carecia de eficiência.
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Agora, a Autoridade descartou o teste até para os indivíduos ‘de risco’, já que, apesar dos fatores de perigo conhecidos (idade, antecedentes familiares, origem e exposição a certos agentes químicos), atualmente a medicina não sabe o peso de cada um ou como eles interagem entre si.
A HAS também constatou que até o momento não está provado que as pessoas com maior risco de contrair a doença, que tem uma evolução lenta, a desenvolvam de forma mais grave ou com maior rapidez – por isso o diagnóstico antecipado também não seria útil.
Finalmente, segundo os responsáveis pelo estudo, os pacientes que se submetem a este exame estão suscetíveis a ‘falsos positivos’, o que representa ‘riscos secundários’, tanto de cunho físico, derivados da consequente biópsia para determinar se há câncer, como de cunho psicológico e sexual.
A HAS concluiu que os homens que se submetem ao teste só deveriam fazê-lo ‘com conhecimento de causa’, sabendo que ‘este exame em algumas ocasiões termina em operações ou irradiações inúteis com duras consequências para a sexualidade e a continência de homens que ainda são jovens e ativos’.
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Dr. Mario Eisenberger
Há 17 anos trabalhando na Universidade Johns Hopkins, o oncologista Mario Eisenberger estuda o futuro do combate ao câncer. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, já teve pacientes que chegaram em estado grave ao seu consultório, com metástase até no osso, mas que dez anos depois estão vivos e em completa remissão.
“Metástase não é mais sentença de morte”, diz, com um leve sotaque em inglês, adquirido nas quase quatro décadas morando nos Estados Unidos. Fascinado por estudos clínicos, sua tarefa é definir os padrões da doença que serão examinados. É a linha de frente da ciência.
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(Com Agência EFE)