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Estudo indica tendência de queda em incidência e mortalidade de câncer no Brasil

No Dia Nacional de Combate ao Câncer, INCA apresenta estudo com dados positivos sobre cânceres de pulmão e de colo de útero. Para pesquisadores, redução do tabagismo e acesso a exames preventivos estão relacionados à mudança

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
27 nov 2012, 13h43

“As ações de controle do tabagismo, iniciadas há duas décadas no país, já começaram a surtir efeito na incidência, mas ainda não chegaram à mortalidade. Mas é importante lembrar que o câncer de pulmão não se dá de uma hora para outra. É um processo de 20 ou 30 anos. Entre as mulheres, a tendência ainda é de aumento, porque elas começaram a fumar cerca de 20 anos após os homens”, explica Claudio Noronha

O estudo ‘Informativo Vigilância do Câncer’, lançado pelo INCA nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, indica tendência de queda em alguns dos tipos da doença no país. Os destaques positivos, revelados no Dia Nacional de Combate ao Câncer, dizem respeito à incidência e à mortalidade principalmente dos cânceres de pulmão e de colo de útero. Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer atribuem esses avanços diretamente à redução do tabagismo no país e ao maior acesso a exames preventivos.

São Paulo teve a maior diminuição de novos casos de câncer de pulmão. Entre as mulheres, no entanto, a redução dos novos casos de câncer de pulmão não foi tão acentuada, se comparada aos números verificados entre os homens. Enquanto a queda de novos casos da doença entre os homens de São Paulo foi de 7,2% ao ano, entre as mulheres foi de 3,4%. Já a mortalidade, que caiu 2,2% entre pacientes do sexo masculino, aumentou 1,6% entre as mulheres. Também houve redução nos casos de câncer de pulmão em Salvador (-5,7% ao ano) e Curitiba (-3,2 %). Já a queda de mortalidade mais expressiva aparece em Salvador (-4,5% ao ano), seguida de São Paulo (-2,2%).

Incidência e mortalidade por câncer de colo de útero em cidades brasileiras
Incidência e mortalidade por câncer de colo de útero em cidades brasileiras (VEJA)
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“As ações de controle do tabagismo, iniciadas há duas décadas no país, já começaram a surtir efeito na incidência, mas ainda não chegaram à mortalidade. Mas é importante lembrar que o câncer de pulmão não se dá de uma hora para outra. É um processo de 20 ou 30 anos. Entre as mulheres, a tendência ainda é de aumento, porque elas começaram a fumar cerca de 20 anos após os homens”, explica Claudio Noronha, coordenador geral de Prevenção e Vigilância do Inca.

Os números relevam, no entanto, um preocupante aumento dos casos e de mortes por câncer de colo de útero em João Pessoa, na Paraíba (6,1% e 21.3%). Segundo o diretor geral do Inca, Luiz Antonio Santini, a melhoria do diagnóstico na região seria uma das explicações para aumento do número de casos.

De acordo com o INCA, com a análise de informações de 22 Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), foi possível pela primeira vez verificar de forma mais detalhada a tendência da doença no país. O Rio, onde funciona o Inca, não faz parte do registro há 14 anos. Segundo o instituto, em 1999, a proposta era que pelo menos todas as capitais fizessem parte do Registro. Ou seja, alimentassem um banco de dados com informações sobre novos casos diagnosticados da doença e de mortes.

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“Até 2002 o Ministério da Saúde repassou verba de incentivo para que as capitais fizessem parte do registro. Na prática, é preciso que funcionários busquem informações de novos casos da doença em laboratórios e hospitais e alimentem o banco de dados. Sem essas informações, fazemos apenas a estimativa dos novos casos do Rio”, explica Marceli Oliveira Santos, técnica da estatística do Inca, acrescentando que a Secretaria Estadual de Saúde se mostrou interessada em capacitar profissionais para trabalhar nesse processo. Além do Rio, Acre, Rondônia e Amapá não contam com o RCBP.

Em relação ao câncer de mama, o estudo constatou que a sobrevida estimada para as pacientes no Brasil está em 80% – ou seja, 80% das mulheres diagnosticadas com tumores de mama não morrem da doença. Esse índice é ligeiramente superior aos demais países da América Latina. O aumento da incidência de câncer de mama é mais preocupante nas cidades de Porto Alegre (+3,6%), João Pessoa (+3,8%) Aracaju (+3%) e Goiânia (+3%). Nas demais cidades analisadas houve redução. Os melhores resultados foram encontrados em Jaú (-10%), Salvador (-3,9%) e São Paulo (-1,6%).

Livro – Em parceria com a Fiocruz, o INCA também lançou nesta terça-feira O Câncer como Problema de Saúde Pública, um livro com depoimentos e dados da evolução do controle do câncer no Brasil. O objetivo da publicação é apresentar aos profissionais e gestores da área de saúde um histórico detalhado sobre as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença ao longo dos anos.

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