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Escolhas de Nobel de Medicina surpreendem

Os três cientistas premiados desenvolveram medicamentos contra doenças negligenciadas, que atingem centenas de milhões de pessoas, fugindo à tradição da premiação sueca

Por Carolina Melo Atualizado em 24 Maio 2016, 16h28 - Publicado em 5 out 2015, 19h25

A maioria das pesquisas contempladas com o Nobel de Medicina é incompreendida por muita gente ou tem aplicação restrita no cotidiano. Trata-se de descobertas de grande relevância na área médica, mas que muitas vezes precisam de anos a fio para que seja possível fazer uso delas. Além disso, essas pesquisas não necessariamente serão úteis para uma grande parcela da população. Mas os três nomes premiados deste ano representam uma mudança de paradigma. Eles foram premiados por desenvolver formas de combater doenças negligenciadas, provocadas por parasitas, que atingem centenas de milhões de pessoas anualmente, em regiões mais pobres do planeta. Diz o geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika: “O prêmio foi surpreendente. Na maioria das vezes ele é dado para descobertas que melhoram a qualidade de vida de pessoas que moram em países desenvolvidos, onde os principais institutos de pesquisa estão localizados”.

O irlandês William C. Campbell e o japonês Satoshi Omura criaram um novo medicamento, a avermectina, que deu origem ao remédio ivermectina. Essa substância foi responsável por reduzir drasticamente a incidência de oncocercose, uma doença conhecida como “cegueira dos rios”, e de filariose linfática, a infecção que causa a elefantíase. Omura é um microbiologista especialista em cultivar bactérias em solo. Ele colheu e testou amostras do gênero Streptomyce, que produzem agentes antibacterianos. A partir de milhares de amostras, 50 delas foram selecionadas pelo pesquisador e uma deu origem ao medicamento. Já Campbell, especialista em biologia parasita, analisou os resultados obtidos por Omura e revelou que uma das culturas produzia uma substância extremamente eficaz contra parasitas em animais. A substância foi posteriormente modificada para se tornar eficiente em seres humanos.

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Quem irá compartilhar a outra metade dos 8 milhões de coroas suecas (cerca de 3,7 milhões de reais) com a dupla, é a chinesa YouYou Tu, que desenvolveu a artimisinina, um poderoso medicamento contra a malária. A cientista estudava compostos derivados de plantas que fossem capazes de atacar os parasitas que causam a afecção. Na década de 60, ela conseguiu isolar a artemisina, o princípio ativo da planta Artemisia annua, para desenvolver o remédio.

Estima-se que um terço da população mundial seja afetada por doenças causadas por parasitas, principalmente no sul da Ásia, América Latina e África Subsaariana. A malária mata cerca de 450 000 pessoas todos os anos. Para os organizadores do Nobel, o impacto global das descobertas do trio e seus benefícios para toda a humanidade são “imensuráveis”.

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