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Pediatras europeus lançam guia para tratar arritmia infantil

Documento ressalta as diferenças entre a arritmia em crianças e adultos e as especificidades do tratamento de cada um

Por Da Redação
21 jul 2013, 20h40

A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês) e a Sociedade Europeia de Cardiologia Pediátrica e Congênita (AEPC, em inglês) publicaram em conjunto um documento que estabelece as bases para o tratamento da arritmia cardíaca em crianças. O artigo foi publicado na semana passada no periódico EP-Europace.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Pharmacological and non-pharmacological therapy for arrhythmias in the pediatric population: EHRA and AEPC-Arrhythmia Working Group joint consensus statement

Onde foi divulgada: periódico EP-Europace

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Quem fez: Josep Brugada e outros

Instituição: Universidade de Barcelona, Espanha, e outras

Resultado: Os pesquisadores estabeleceram o consenso de tratamento farmacológico e cirúrgico de arritmia em crianças

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Esse tipo de documento já havia sido elaborado para a arritmia em adultos, mas esta é a primeira vez que os especialistas chegam a um consenso sobre o tratamento de crianças. É também o primeiro guia feito em conjunto pelas duas instituições.

“O número de crianças com arritmia é relativamente pequeno e poucos profissionais e centros médicos têm o conhecimento necessário nessa área. A arritmia infantil é diferente da que ocorre em adultos e deve ser diagnosticada e tratada em centros especializados”, afirma Josep Brugada, pesquisador que liderou o grupo de trabalho que deu origem ao documento.

Divisão – O primeiro capítulo da publicação é dedicado à explicação dos mecanismos da arritmia em crianças e como eles se diferenciam dos adultos. “Pacientes com doenças cardíacas congênitas têm arritmias específicas durante os primeiros anos de vida e depois de cirurgias, que são diferentes das arritmias em adultos. É importante conhecer essas diferenças na hora de tratar crianças”, explica Brugada.

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O documento aborda também os tratamentos farmacológicos para as fases aguda e crônica da doença (as drogas usadas em adultos e crianças são as mesmas, mas as doses e indicações variam) e a ablação por radiofrequência, um tipo de tratamento comum para arritmias. Neste procedimento, o médico identifica a via que causa o “curto circuito elétrico” no coração e aplica radiofrequência, “queimando” essa via para quebrar o circuito da arritmia, que pode até curar a doença.

“Existem algumas indicações para ablação de arritmias em adultos que não se aplicam a crianças. Por terem corações pequenos, as crianças têm um risco mais alto de complicações. Mas, de forma geral, se os profissionais e centros médicos têm experiência em ablações pediátricas, elas podem ser feitas de forma segura e eficiente, mesmo em crianças pequenas”, afirma o pesquisador.

O último capítulo aborda os tratamentos envolvendo dispositivos, como marca-passo, desfibrilador implantável e terapia de ressincronização cardíaca (dispositivo que envia pequenos pulsos elétricos às câmaras inferiores do coração para ajudá-las a bater em um ritmo mais sincronizado). Enquanto um adulto pode ficar com os mesmos dispositivos e cabos implantados por toda a vida, as crianças precisam de substituições a cada três ou quatro anos, devido ao crescimento.

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“Esse extenso documento abrange todos os aspectos da arritmia infantil. Nós explicamos como devem ser realizados diferentes procedimentos e como lidar com complicações. Ele pode ser utilizado por centros médicos para garantir que tenham todo o equipamento e a experiência necessários para tratar de forma eficaz esses pacientes”, explica Brugada.

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Opinião da especialista

Celia Maria Camelo Silva

Chefe da cardiologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

“A arritmia em crianças não é tão frequente quanto em adultos, mas quando ocorre precisa de atenção especial, principalmente porque o coração de uma criança ainda está em formação, e o tratamento não deve interferir em seu desenvolvimento. Existem casos em que o próprio coração da criança resolve o problema à medida que cresce.

“As intervenções cardíacas para a arritmia foram criadas para os adultos – os tratamentos para crianças vieram na sequência, a partir da experiência com adultos. Os aparelhos, entretanto, nem sempre são adequados para elas, como os cateteres usados na ablação.

“Conforme a tecnologia evolui, os parâmetros médicos podem mudar. Um exemplo é que a recomendação padrão é esperar até que a criança atinja 40 quilos para que possa ser feito um o procedimento como a ablação. Mas em casos nos quais ela já está recebendo todo o tratamento disponível e, mesmo assim, não apresenta melhora, continua internada ou com risco de vida, a ablação pode ser feita, até mesmo em crianças muito pequenas. Por isso, esse documento aborda a ablação com destaque”.

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