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ONU discutirá doenças não transmissíveis em setembro

Enfermidades como câncer, diabetes, problemas cardiovasculares e respiratórios são responsáveis por 63% das mortes que ocorrem no mundo. Esta é a segunda vez na história que saúde torna-se questão principal nas Nações Unidas

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h36 - Publicado em 29 jun 2011, 17h02

“Acredita-se que as doenças não transmissíveis afetam somente as nações mais ricas. No entanto, mais de 80% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento”

John Seffrin, presidente da Sociedade Americana do Câncer.

A Organização das Nações Unidas (ONU) tratará, durante Assembleia Geral que acontece em setembro, em Nova York, de um tema de saúde pública: as doenças não transmissíveis, o grupo de enfermidades que engloba câncer, diabetes, problemas cardiovasculares e respiratórios. Esses males são responsáveis por 63% das mortes que ocorrem no planeta e estão relacionados a hábitos de vida, como o fumo, má alimentação, poluição, consumo excessivo de álcool e sedentarismo. Dois terços de todos os novos casos de doenças não transmissíveis poderiam ser prevenidos com a adoção de hábitos saudáveis. O tema foi amplamente discutido no encontro promovido pela Sociedade Americana do Câncer, semana passada, em Nova York, com a presença de representantes da sociedade civil de 46 países, responsáveis por organizações não governamentais, e jornalistas especializados.

“É preciso discutir essa questão junto às autoridades governamentais”, argumentou John Seffrin, presidente da Sociedade Americana do Câncer. Segundo ele, em geral, acredita-se que a maior incidência desses males recaia sobre sociedades mais ricas, que podem comprar comidas caras, bebidas alcoólicas e cigarros, fatores associados ao desenvolvimentos das doenças não transmissíveis. No entanto, dados mostram que a taxa de fumantes é mais alta entre países de baixa e média renda. Outro exemplo: na África estão concentradas as maiores taxas da população que vive com pressão alta. “Os governos podem tomar decisões que recompensem e encorajem hábitos saudáveis. Também podem reforçar a disponibilidade de tratamento para as pessoas com doenças não transmissíveis. Além de financiar pesquisas e promover exames preventivos”, concorda Asha-Rose Migiro, vice-secretária-geral da ONU.

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Na ONU – A reunião das Nações Unidas sobre o tema já está sendo considerada histórica. Esta é a segunda vez que saúde torna-se questão principal no órgão. A primeira ocorreu em 2001, quando foram determinadas as cooperações internacionais e ações orquestradas para o combate da epidemia da aids. Tradicionalmente, Organização Mundial da Saúde (OMS) é quem trata de temas que dizem respeito à saúde das populações. Porém, quando o desenvolvimento social e econômico das nações é comprometido, a discussão pode ser levada à ONU. “Nos próximos anos, as doenças não transmissíveis terão um impacto impressionante na economia dos países. Elas são um grande impedimento para a mitigação da pobreza”, diz David Bloom, professor de economia e demografia da Escola de Saúde Pública da Harvard University. “Os responsáveis pela elaboração de políticas econômicas tendem a ver as doenças não transmissíveis como um problema restrito ao setor de saúde. Esse é um grande equívoco.”

Segundo o economista, novos casos de câncer diagnosticados em 2010 custaram 300 bilhões de dólares à economia global – enquanto a doença pulmonar obstrutiva crônica, geralmente associada ao fumo, custou 400 bilhões de dólares no ano. A diminuição da força de trabalho, provocada pelas doenças não comunicáveis, atingirá 35 trilhões de dólares em 2030, segundo Bloom.

Brasil – Representantes brasileiros de organizações não-governamentais participaram do evento promovido pela Sociedade Americana do Câncer. Durante o encontro, eles elaboraram uma carta em que cobraram ações da presidente Dilma Rousseff sobre o assunto. A carta foi entregue para a embaixadora da ONU para o Brasil, Regina Maria Cordeiro. “Em relação ao câncer, reforçamos a importância de se ampliar o acesso à tecnologias e terapias. Para isso, faz-se necessária uma série de medidas como: vacinas contra o câncer, tais como HPV e Hepatite B; fluxo para a detecção precoce de câncer de mama e colo uterino; disponibilização de medicamentos e tecnologias essenciais; e, maior atenção aos cuidados paliativos e alívio da dor”, diz o documento, assinado por Leoni Margarida Simm, presidente da Associação Brasileira de Portadores de Câncer; Paula Johns, diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo; Vera Golik, conselheira da Condição Feminina de São Paulo ONG “Elas por Elas”; Flavio Stahl, voluntário da Federação de Entidades Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama. A expectativa é que a presidente Dilma Roussef compareça à reunião da ONU em setembro.

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