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Copa do Mundo traz ao Brasil o risco de surto de sarampo

Centro integrado montado pelo Ministério da Saúde para as 12 cidades-sede vai monitorar a chegada de estrangeiros com febre e manchas avermelhadas pelo corpo. Vírus da doença ainda circula na Europa, na África e na Ásia

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
15 mar 2014, 21h07

Entre as doenças que devem ser notificadas durante a Copa do Mundo está a febre do chikungunya, doença transmitida por um vírus e que apresenta sintomas similares aos da dengue e que também é transmitida por mosquitos – entre eles o Aedes aegypti

Os 500.000 estrangeiros esperados para a Copa do Mundo no Brasil fazem a festa do turismo. Mas há também, nesse fluxo repentino de visitantes, uma grande preocupação das autoridades de saúde do país. O maior risco identificado até o momento é o de um surto de sarampo, doença que causou epidemias no Brasil nos anos 80 e 90 e que, atualmente, é considerada controlada. Em Brasília, um centro de operações conectado com as doze cidades-sede da Copa do Mundo está preparado para entrar em funcionamento 20 dias antes do início da abertura do torneio.

Segundo o Ministério da Saúde, desde 2000, foram registrados pelo menos 519 casos de sarampo no país. Todos estão relacionados à chegada de turistas contaminados oriundos da Europa, Ásia e África – continentes nos quais ainda há grande circulação do vírus do sarampo. Desde janeiro 2013, foram registrados 303 casos da doença no país, com surtos no Ceará e em Pernambuco. Nos dois casos, exames indicaram o subtipo D8 do sarampo, comum entre os europeus.

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“Praticamente toda a Europa tem transmissão de sarampo. No ano passado, houve um surto da doença na Inglaterra. Há dois anos, foram confirmados surtos na França. Devido ao risco da chegada de estrangeiros com o vírus durante a Copa do Mundo, o ministério recomendou a vacinação das categorias profissionais que têm maior contato com turistas, como funcionários de hotel e taxistas nas doze cidades-sedes”, afirma o secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

De acordo com o secretário, o trabalho de vigilância epidemiológica que será realizado durante a Copa do Mundo foi feito, em escala menor, durante os Jogos Militares e a Copa das Confederações. Além da comunicação diária com as secretarias municipais de saúde em busca de estrangeiros com febre e manchas avermelhadas no corpo, o plano de contenção do sarampo prevê a vacinação de todos os que tiveram contato com os doentes.

“Se identificarmos uma pessoa com sarampo, temos que vacinar até mesmo os que estavam no avião com ela. Para isso, temos um estoque estratégico de imunizantes, pronto para ser usado”, disse Barbosa. Nesse caso, será preciso obter rapidamente os dados dos viajantes, com companhias aéreas, hotéis e delegações.

Entre as ferramentas usadas para facilitar a identificação dos casos da doença, está um aplicativo para celular destinado aos turistas. O programa, que ainda está sendo desenvolvido, terá informações sobre a localização de hospitais e de farmácias. Além disso, o aplicativo mapeará o fluxo de viajantes no país através das informações prestadas pelos próprios estrangeiros ao aplicativo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai reforçar o monitoramento nos aeroportos em busca de informação sobre passageiros que apresentaram problemas de saúde durante os voos. Caso sejam identificados, serão orientados a buscar atendimento médico. O problema, no entanto, é que a atuação nos aeroportos é limitada, já que os passageiros podem chegar ao país no período de incubação da doença – ou seja, com o vírus, mas sem sintomas.

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Mosquitos – Profissionais de saúde receberão um encarte alertando sobre o fluxo concentrado de estrangeiros e a necessidade de se notificar casos suspeitos aos gestores. Entre as doenças que devem ser notificadas está a febre do chikungunya, doença transmitida por um vírus e que apresenta sintomas similares aos da dengue e que também é transmitida por mosquitos – entre eles o Aedes aegypti.

A chikungunya é transmitida em países da África e da Ásia e em algumas regiões do Caribe. No entanto, casos importados – quando o paciente é infectado em viagem – já foram registrados nos Estados Unidos, Canadá, Guiana Francesa, Martinica e Guadalupe. No Brasil, foram registrados três casos em 2010 – as três pessoas foram contaminadas fora do país, segundo Barbosa.

“Nós monitoramos os casos da doença, mas nunca houve transmissão no país. O chikungynia é transmitido pelo Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus, dois mosquitos que existem no Brasil. O risco é que uma pessoa contaminada com chikungunya seja picada por um Aedes, que poderia transmitir o vírus para outra pessoa”, diz Barbosa.

Em fevereiro, o Ministério da Saúde emitiu um informe para as secretarias estaduais e municipais alertando sobre a doença. O comunicado solicita que estados e municípios notifiquem os casos suspeitos e encaminhem material para exame no Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência nacional em epidemiologia.

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