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Consumir ômega-3 na gestação pode evitar sintomas depressivos nos bebês

Pesquisa feita em ratos aponta relação entre o óleo graxo poli-insaturado e o hormônio serotonina, que controla o humor

Por Aretha Yarak
31 ago 2012, 13h41

Gestantes que mantêm uma alimentação privilegiada em salmão e sardinhas, ricos em ômega-3, podem reduzir as chances de seus filhos apresentarem sintomas da depressão. Uma pesquisa apresentada durante a Reunião Anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Águas de Lindóia, encontrou uma relação direta entre a ingestão desse ácido graxo poli-insaturado e uma melhora em comportamentos relacionados ao estado depressivo em ratos de laboratório.

Pesquisas prévias já haviam relacionado uma dieta rica em óleo de peixe à melhora de quadros depressivos. Para tentar encontrar as bases moleculares que definem essa relação, a pesquisadora Anete Curte Ferraz, coordenadora do Laboratório de Neurofisiologia da Universidade Federal do Paraná, deu suplementos de ômega-3 para ratas grávidas durante toda a gestação. Os animais receberam o suplemento por mais 21 dias após o parto, tempo que corresponde ao período de amamentação.

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Aos 90 dias de idade, os filhotes já crescidos foram submetidos a testes de natação forçada. Havia três resultados possíveis. No primeiro, os ratos ficariam imóveis (comportamento depressivo). No segundo, nadariam (relacionado à liberação do hormônio serotonina) e, no terceiro, tentariam escalar as paredes da piscina – relacionado à liberação de noradrenalina. Percebeu-se, então, que os animais do grupo de controle, que não receberam a suplementação do óleo, apresentavam maior índice de imobilidade. “Aqueles que ingeriram o ácido graxo, por sua vez, tiveram uma redução na imobilidade, aumento da natação e nenhuma alteração na escalada. Isso indica que a ação desse composto está relacionada à liberação de serotonina”, diz Anete.

Resultados – Uma hipótese levantada pela pesquisadora para essa ação benéfica do ômega-3 é que os ácidos graxos docosahexaenoico (DHA) e eicosapentaenoico (EPA), ambos componentes do ômega-3, estariam modulando a atividade do receptor de serotonina chamado 5HTIA. Esse receptor está localizado no hipocampo e no córtex cerebral, regiões neurológicas relacionadas à depressão. Isso significa que sua ativação levaria a uma maior ação do neurotransmissor serotonina, que regula o humor – indivíduos deprimidos têm níveis baixos de serotonina.

O ômega-3 estaria ainda levando a uma maior produção do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, sigla em inglês). Esse fator é responsável por garantir a sobrevivência das células nervosas que produzem serotonina. Com a indução de produção do BNDF, o ômega-3 acaba por garantir também a sobrevivência, a plasticidade e o crescimento dos neurônios serotoninérgicos.

“A alimentação com ômega-3 pode vir a ser uma coadjuvante ao tratamento para a depressão”, diz Anete. Em gestantes, diz a pesquisadora, seu consumo pode ser fundamental para o favorecimento do processo de desenvolvimento cerebral do feto.

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