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Conheça as promessas dos presidenciáveis para a saúde

Por Daniel Jelin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h38 - Publicado em 27 ago 2010, 18h14

Especialistas comentam as propostas dos candidatos Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) para a saúde. Confira e assista a trechos da propaganda eleitoral.

MUTIRÕES

O tucano José Serra foi quem mais promessas fez para o setor de saúde, em boa parte baseado em sua própria experiência como ministro, prefeito ou governador. Uma delas é a volta dos mutirões, um dos marcos de sua gestão no governo Fernando Henrique Cardoso. Ao vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Corrêa Lima, a proposta agrada – mas apenas como forma de cumprir a curto prazo uma demanda pontual: cirurgias de catarata e hérnia, por exemplo. Corrêa Lima avisa que mutirões não devem substituir planejamento. “Em saúde, nada que é feito em grande escala num curto espaço de tempo é muito recomendável”, diz. Marcos Bosi Ferraz, diretor do Centro Paulista de Economia da Saúde, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concorda. No curto prazo, são aceitáveis, mas “sistemas de saúde não podem depender de ‘mutirões’, porque eles atestam a ineficiência da priorização, do planejamento e das políticas públicas”.

MEDICINA ESPECIALIZADA

Serra defende a criação de ambulatórios de medicina especializada à maneira dos 32 que criou à frente do governo estadual. O tucano promete para o país exatos 154 deles, com capacidade para 27 milhões de consultas/ano e 63 milhões de exames/ano. Em maio, sem falar em números, a petista Dilma Rousseff também defendeu a criação destas clínicas. A atenção dos candidatos reflete um conhecido gargalo da saúde pública: as longas filas para consultas e exames com especialistas. “Com certeza serviços ambulatoriais especializados são necessários”, diz Ferraz. Mas, ressalva, “os números propostos dizem pouco sem uma clara consideração de sua distribuição e integração com o restante dos equipamentos de saúde”.

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PRONTO-ATENDIMENTO

Dilma promete construir 500 Unidades de Pronto-Atendimento, com foco nos casos de urgência simples. É uma estratégia para desafogar os pronto-socorros. Cumprir esta promessa exige investimento de 1,3 bilhão de reais. Seu alto custo fez com que, ao longo do governo Lula, fossem construídas apenas 77 delas.

VACINAÇÃO

Serra também promete duplicar a campanha de vacinação de idosos contra gripe e a inclusão de crianças. Corrêa Lima aplaude: “É importante corroborar iniciativas de sucesso, como as campanhas de vacinação e o programa dos transplantes, que viraram referência”, diz. Ferraz lembra as limitações orçamentárias: “A princípio qualquer ampliação de programas preventivos pode ser justificável. A grande questão não respondida envolve priorização de um problema de saúde entre várias opções para o uso do escasso e finito recurso.” Ele cita a importância de outros programas preventivos, como o de detecção de modalidades mais freqüentes de câncer, que competem pela mesma verba.

APOIO À GESTANTE

Em mais uma promessa baseada em sua experiência em São Paulo, Serra promete criar o programa de apoio à gestante Mãe Brasileira, à maneira do Mãe Paulistana. É uma ideia de baixo impacto orçamentário que pretende estimular a futura mãe a se submeter a pelo menos seis exames pré-natais no SUS. Como incentivo, as gestantes ganham um enxoval e recebem acompanhamento médico até o bebê completar um ano.

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Ao falar dos medicamentos genéricos, incentivados por lei aprovada durante sua gestão como ministro, o candidato tucano prometeu “turbiná-los” e criar “uma cesta de remédios gratuitos com cerca de 80 medicamentos para serem distribuídos por meio dos municípios”. Dilma, sem dar números, também prometeu ampliar a oferta de remédios gratuitos e investir no Farmácia Popular, que subsidia medicamentos para a hipertensão e o diabetes em até 90%. E a candidata do PV, Marina Silva, fala em incentivar “o uso de tratamentos e métodos mais simples, baratos e tradicionais (culturais) como a fitoterapia, a acupuntura e a reeducação alimentar”.

Os candidatos miram um tema caro ao eleitor – basta lembrar que, mesmo limitado, o Farmácia Popular chegou a ser o programa mais bem avaliado do governo Lula, à frente do Bolsa Família. Mas a relação de remédios é só a ponta da assistência farmacêutica. O desafio é, antes, logístico e financeiro. “Já temos uma lista de medicamentos ‘essenciais’, outra de medicamentos ‘estratégicos’ e mais recentemente criamos uma para os ‘especializados’, que deveriam ser distribuídos gratuitamente e regularmente”, diz Ferraz. “Tais listas envolvem muito mais do que 80 medicamentos. Precisamos é assegurar que os medicamentos listados sejam atualizados periodicamente e estejam disponíveis regularmente”.

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