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Como funciona a pílula do dia seguinte

Principal ação da pílula de emergência é atrasar ou impedir a ovulação na mulher, e atrasar a chegada dos espermatozoides às trompas uterinas

Por Da Redação
27 jul 2013, 11h52

“O principal mecanismo de ação dessa pílula, aquele que é mais reconhecido cientificamente, é o de atrasar ou impedir a ovulação. Quando a mulher volta a ovular, o espermatozoide já não está mais no seu corpo.” Luciano Pompei, diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a chamada pílula do dia seguinte em situações imprevistas, nas quais não foi usado método contraceptivo tradicional, houve falha no método usado (como o rompimento da camisinha) ou em casos de agressão sexual – estupro. A pílula, inventada em 1974, é reconhecida mundialmente por seu efeito contraceptivo, e não abortivo. “Pílulas contraceptivas de emergência de levonorgestrel [princípio ativo] não são eficazes depois que o processo de implantação no útero teve início, não causando o aborto”, consta no guia oficial da OMS. No Brasil, a comercialização do medicamento está autorizada desde a década de 1990, e deve ocorrer apenas com a apresentação da receita médica – o que não se observa na prática.

Segundo a OMS, a pílula de emergência tem duas ações centrais. Quando tomada na primeira fase do ciclo menstrual – antes que a ovulação ocorra -, ela atrasa ou impede a liberação do óvulo pelo ovário. Caso o óvulo já tenha sido liberado, ela previne a fertilização ao modificar o muco cervical, deixando-o mais espesso e hostil – assim, os espermatozoides têm a mobilidade afetada e não conseguem chegar a tempo às trompas uterinas.

Feita a base de levonorgestrel, um tipo sintético do hormônio progesterona, a pílula é vendida em embalagens com dois comprimidos, a serem tomados com intervalos de 12 horas, ou como uma pílula de dosagem única. Sua faixa de maior proteção está nas primeiras 48 horas após o ato sexual, mas, a rigor, ela é indicada até 72 horas. Não há nenhum tipo de contraindicação ou de restrição de idade para o uso da pílula.

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“É importante salientar que seu uso deve ser apenas emergencial. Não há estudos que mostrem as consequências do uso repetido dessa pílula, mas, em tese, isso pode ser prejudicial”, diz Rogério Bonassi Machado, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Entre os os problemas que o uso corriqueiro da pílula pode trazer estão alteração na parede interna do útero e aumento significativo nos efeitos adversos.

Contracepção – De acordo com um artigo publicado em 2010 no renomado periódico americano Contraception, a pílula não interfere na adesão do embrião no endométrio (parede interna do útero). Em outras palavras, isso significa que caso o óvulo, já fecundado pelo espermatozoide, tenha aderido à parede uterina, a pílula não tem efeito algum. Não causa o aborto, muito menos prejudica o feto. “Do ponto de vista científico e jurídico, a gravidez tem início no momento da implantação do embrião”, diz Luciano Pompei, membro da diretoria da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (Sogesp).

Em outro estudo, publicado em 2007 no periódico americano Clinical Obstetrics and Gynecology, os pesquisadores afirmam: “A predominância das evidências sugere que a pílula evita a gravidez ao evitar a concepção”. Os autores alegam ainda que, embora não tenha sido comprovado qualquer tipo de ação da pílula entre o momento da fecundação (ainda nas trompas uterinas) e a implantação no útero, é altamente improvável que isso aconteça. “O papel principal da pílula é evitar a ovulação e dificultar a mobilidade dos espermatozoides”, diz Bonassi.

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