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Cientistas questionam eficácia dos remédios Tamiflu e Relenza

Segundo estudo, não há provas de que os medicamentos reduzem a disseminação da gripe A

Por Da Redação
10 abr 2014, 21h22

Cientistas britânicos concluíram que não há evidência suficiente para provar que os medicamentos antivirais Tamiflu (oseltamivir) e Relenza (zanamivir) reduzem a disseminação da gripe A, causada pelo vírus H1N1 e também conhecida como gripe suína. As conclusões, publicadas nesta quinta-feira no prestigioso periódico BMJ, questionam se os bilhões gastos por governos de todo o mundo, inclusive o brasileiro, com a droga se justificavam.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Oseltamivir for influenza in adults and children: systematic review of clinical study reports and summary of regulatory comments e Zanamivir for influenza in adults and children: systematic review of clinical study reports and summary of regulatory comments

Onde foi divulgada: periódico BMJ

Quem fez: Tom Jefferson, Mark Jones, Peter Doshi, Elizabeth A Spencer, Igho Onakpoya, Carl J Heneghan, Matthew Thompson e Helen D Cohen

Instituição: Cochrane Collaboration, entre outras

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Resultado: Segundo os pesquisadores, o Tamiflu e o Relenza têm pouco ou nenhuma eficácia no combate à gripe A.

Pesquisadores do grupo de cientistas Cochrane Collaboration e do BMJ já argumentavam que não havia experimentos suficientes para atestar que o Tamiflu funciona. Depois de obter acesso a testes internos conduzidos pelo fabricante, a Roche, descobriram que o remédio tem pouca ou nenhuma eficácia no combate à doença – reduz os sintomas da gripe pela metade em um dia em adultos e tem pouco efeito em crianças. O resultado foi igual com o Relenza, fabricado pela GlaxoSmithKline.

Ao comparar pessoas que tomaram pílula placebo, não se constatou que as que ingeriam Tamiflu ou Relenza tinham menos probabilidade de ser hospitalizadas ou sofrer complicações graves da influenza. Além disso, o estudo relacionou o consumo de Tamiflu a efeitos colaterais como náusea, vômito, dor de cabeça e síndromes renais e psiquiátricas.

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Especialistas não envolvidos na pesquisa assinalaram que o Tamiflu funciona melhor quando administrado aos pacientes rapidamente e que é difícil as pessoas chegarem ao médico em estágio inicial. “Não é que os medicamentos não funcionem, é apenas difícil usá-los de maneira a obter o seu melhor efeito”, disse em comunicado Wendy Barclay, especialista em influenza da Imperial College London.

Ela citou alguns problemas com a forma como cientistas do Cochrane e o BMJ interpretaram os dados e disse que é prudente os governos estocarem Tamiflu, porque há poucas drogas disponíveis para tratar a gripe. “Se outra pandemia ocorresse amanhã e o governo (do Reino Unido) não tivesse medicamento para tratar milhares de pacientes com gripe, eu imagino que haveria um clamor público.”

A farmacêutica suíça Roche disse que “discorda fundamentalmente” das conclusões gerais do estudo e que mais de 100 países aprovaram o medicamento. Os Estados Unidos gastaram mais de US$ 1,3 bilhão no estoque do antiviral, enquanto o Reino Unido desembolsou quase US$ 711 milhões com o Tamiflu nas preparações para a pandemia, de acordo com documentos governamentais citados pelo Cochrane e pelo BMJ.

Agências de saúde pública como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro para Prevenção e Controle de Doenças dos EUA continuam recomendando o uso do Tamiflu e disseram que o remédio foi útil no tratamento de pacientes com novas cepas do vírus, como as da gripe aviária.

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(Com Estadão Conteúdo)

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