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Proteína pode se tornar nova arma contra câncer de mama

Cientistas conseguiram, pela 1ª vez, isolar e entender o funcionamento da Runx3, um importante supressor do crescimento de tumores mamários

Por Da Redação
27 jun 2011, 10h38

Cientistas americanos conseguiram, pela primeira vez, identificar e compreender o funcionamento de uma proteína capaz de reduzir as chances de desenvolvimento de tumores de mama. De acordo com reportagem publicada no periódico especializado Oncogene, pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, conseguiram reverter o crescimento do tumor apenas regulando os níveis da substância no tecido mamário.

Batizada de Runx3, a proteína já era conhecida como um potente supressor do crescimento do câncer de mama. Não se sabia, no entanto, qual era seu mecanismo de ação. Na pesquisa, o grupo coordenado por Lin-Feng Chen, professor da Universidade de Illinois, descobriu que uma quantia significativa de camundongos sem um dos dois genes Runx3 desenvolveu espontaneamente tumor na glândula mamária após 14 ou 15 meses de vida – o equivalente à faixa etária entre 40 e 50 anos em humanos.

“Descobrimos tumores mamários em desenvolvimento em cerca de 20% dos camundongos que não tinham um dos genes Runx3”, diz Chen. Nenhum dos animais que tinha as duas cópias do gene, no entanto, desenvolveu o tumor. Assim, a equipe já tinha indícios de que a ausência de um dos dois genes Runx3 estava relacionada ao desenvolvimento do câncer. Os pesquisadores descobriram ainda que o receptor alfa de estrogênio (ER-alfa), um dos envolvidos no desenvolvimento do câncer de mama, aparecia em excesso no tecido dos tumores dos camundongos. O ER-alfa é abundante em cerca de 75% dos casos humanos de câncer de mama – o excesso da substância é especialmente perigoso nesses casos porque o ER-alfa aumenta a proliferação das células cancerígenas e também a resistência do tumor aos tratamentos.

Quando o Runx3 que estava inativo foi reintroduzido no organismo em regiões onde havia ER-alfa em excesso, o gene conseguiu suprimir o crescimento das células cancerígenas, além de inibir o potencial de formação de tumores nos camundongos. “Ao regular os níveis celulares de ER-alfa, o Runx3 controla a resposta celular ao estrogênio circulante. Assim, a proteína desempenha um papel importante na inibição do câncer de mama”, diz Chen.

Para o cientista, o estudo abre portas para a criação de novos tratamentos e medicamentos contra o câncer. Uma ideia, segundo o pesquisador, seria o desenvolvimento de testes para medir os níveis de Runx3 nos tecidos mamários. “Já se sabe que o Runx3 está inativo nos primeiros estágios do câncer de mama. Esse gene poderia funcionar como um biomarcador dos estágios da doença”, diz.

Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre o câncer de mama:

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Dr. Antonio Wolff

O oncologista Antonio Wolff é especialista em câncer de mama. Está começando um projeto de pesquisa com 8.000 mulheres, que fará testes com dois remédios – trastuzumabe e lapatinibe. Os primeiros resultados deverão começar a aparecer em dois anos.

Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Wolff é pesquisador da Universidade Johns Hopkins há doze anos. Ali, atende pacientes duas vezes por semana e estuda, faz pesquisas, dá palestras. Seu foco é no que pode ser feito para melhorar a vida do paciente.

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