Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cientistas criam composto capaz de matar o vírus da aids

A substância ainda está na fase inicial de testes, mas poderá ser usada no futuro como gel vaginal e para camisinhas

Por Da Redação
30 nov 2011, 17h45

Cientistas americanos descobriram que um composto sintético conhecido como PD 404,182 é capaz de ‘dissolver’ o vírus da aids, destruindo seu material genético. A pesquisa, liderada por Zhilei Chen, professora-assistente de engenharia química da Universidade Texas A&M, foi publicada no periódico Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

Opinião do especialista

Alexandre Naime Barbosa

infectologista do departamento de Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina da Unesp.

“A sustância é bastante promissora, pois parece destruir os vírus HIV-1, HIV-2 e o vírus da hepatite C.

Continua após a publicidade

Mas, em contato com o sangue, ela é inativada, por isso não pode ser tomada via oral ou injetada na corrente sanguínea.

É preciso haver o contato direto com o vírus para matá-lo. Por isso deverá servir para fazer um gel microbicidade, de uso vaginal ou retal.”

A PD 404,182 “é uma pequena molécula viricida (que mata vírus)”, diz Chen. “Quando o vírus HIV entra em contato com a substância, ele é ‘quebrado’ e perde seu material genético, antes que possa injetá-lo em uma célula humana.”

Uma das principais vantagens de destruir o material genético é que praticamente impossibilita que o vírus crie resistência contra o composto. Bem diferente dos antirretrovirais, que atuam sobre proteínas localizadas na ‘membrana’ do vírus. Alterando essas proteínas, os vírus ganham resistência aos medicamentos. “Acreditamos que esse composto atue sobre algo comum a todos os vírus e não apenas em suas proteínas”, afirma Chen.

Continua após a publicidade

Prevenção – Embora não represente a cura da aids, o composto pode ser bastante útil no futuro na forma de gel vaginal ou usado em camisinhas, para prevenir a infecção pelo vírus. “Seria bastante importante nos países da África subsaariana, onde não existe cultura de uso da camisinha”, diz o infectologista Alexandre Naime Barbosa, do departamento de Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina da Unesp.

Para Ricardo Shobbie Diaz, infectologista da Unifesp, um gel com a susbtância também seria útil se fosse usado por grupos específicos de alto risco, como casais discordantes, no qual uma das pessoas tem o vírus e a outra não.

O estudo, é bom frisar, ainda está na fase inicial. Isso significa que o composto foi testado in vitro, apenas em culturas de células contaminadas com o vírus. Somente em fases mais avançadas, que levam vários anos para ser concluídas, a substância será testada em animais (macacos com o vírus SIV, equivalente ao HIV nos símios) e em humanos.

De qualquer forma, a descoberta vem em boa hora. Um gel com a substância tenofovir, que havia apresentado resultados animadores em mulheres na África do Sul, com taxa de proteção de até 54%, teve seu teste clínico suspenso na semana passada, depois que uma comissão independente de controle de segurança de dados determinou que o gel foi ineficiente. Outra parte do teste, que usava uma pastilha de tenofovir, já tinha sido cancelada em setembro por razões semelhantes.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.