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Cientistas descobrem sistema que elimina resíduos do cérebro

Descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos contra o Alzheimer e o Parkinson

Por Da Redação
16 ago 2012, 13h44

Neurocientistas da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, descobriram um sistema de drenagem que elimina os resíduos que se acumulam no cérebro. O sistema atua como se fosse uma rede de encanamentos que recolhe as substâncias descartadas pelo órgão. Segundo os pesquisadores, essa descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos contra o Alzheimer e o Parkinson, causadas pelo acúmulo de proteínas nocivas e toxinas no cérebro. O estudo foi publicado na revista Science Translational Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: A Paravascular Pathway Facilitates CSF Flow Through the Brain Parenchyma and the Clearance of Interstitial Solutes, Including Amyloid β

Onde foi divulgada: revista Science Translational Medicine

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Quem fez: Maiken Nedergaard, Jeffrey Iliff, Minghuan Wang, Yonghong Liao, Benjamin A. Plogg, Weiguo Peng

Instituição: Centro Médico da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos

Resultado: Os pesquisadores descobriram pequenos canais paralelos às veias no cérebro de ratos. O líquido cefalorraquidiano percorre esses canais e recolhe proteínas e resíduos descartados, funcionando como um sistema de drenagem cerebral.

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Como o sistema linfático não atua dentro do cérebro, os pesquisadores sempre se questionaram como essa região se livrava de substâncias sobressalentes, como proteínas descartadas em suas atividades. “A limpeza de resíduos é de vital importância para todos os órgãos e há muito tempo temos perguntas sobre como o cérebro se desfaz deles”, diz Maiken Nedergaard, co-diretora do Centro de Neuromedicina da Universidade de Rochester e autora do artigo.

Em um estudo feito com ratos, cujo cérebro funciona de modo parecido com o humano, os pesquisadores descobriram um sistema de canais que percorre todo o órgão e faz essa ‘faxina’. “O cérebro está se limpando de uma maneira mais organizada e em uma escala muito maior do que se tinha pensado anteriormente”, afirma Nedergaard.

Segundo a pesquisadora, a descoberta pode inclusive ajudar a desenvolver novas drogas para tratar doenças cerebrais. “Temos a esperança de que estes resultados tenham implicações para muitas condições que afetam o cérebro, como lesões cerebrais por traumatismo, o mal de Alzheimer, derrames cerebrais e o mal de Parkinson”, acrescentou a pesquisadora.

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Limpeza – A limpeza dos resíduos cerebrais é administrada por células conhecidas como células da Glia. Por realizar a mesma função que o sistema linfático exerce no resto do corpo, os pesquisadores nomearam a rede de canais de sistema glinfático.

O líquido cefalorraquidiano tem um papel importante nesse sistema. Os cientistas descobriram que é esse líquido que percorre os espaços vazios no cérebro e recolhe os resíduos. Ele entra no órgão por meio de canais paralelos às artérias cerebrais e sai por canais adjacentes às veias. Depois de juntar as substâncias descartadas, o líquido também é responsável por se livrar delas, funcionando como uma pia onde os resíduos são escoados.

O sistema circula por todos os cantos do cérebro de maneira eficiente, através do que os cientistas chamam de fluxo global. “Dada a alta taxa de metabolismo no cérebro e sua grande sensibilidade, não é de se estranhar que seus mecanismos para se desfazer dos resíduos sejam mais especializados e amplos do que se pensava”, acrescentou.

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Saiba mais

SISTEMA LINFÁTICO

Formado por canais finos e gânglios, atua na defesa do organismo levando nutrientes e água até as células e recolhendo resíduos e bactérias.

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CÉLULAS DA GLIA

Células que proporcionam suporte e proteção aos neurônios. As glias envolvem os neurônios, além de fornecer nutrientes e oxigênio. Elas também removem os neurônios mortos.

LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

Também chamado de fluído cerebrospinal, é uma solução salina pura, pobre em proteínas e células, localizada no cérebro (entre o crânio e o córtex cerebral) e na medula espinhal. Tem função similar a um amortecedor, servindo para proteger o órgão contra lesões

(Com agência EFE)

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