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Carnaval pode contribuir para disseminação do vírus zika

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, o grande número de turistas nos carnavais de rua pode ser um "coquetel explosivo" para que a doença se espalhe pelo país

Por Da Redação
19 jan 2016, 14h36

O carnaval pode representar um “coquetel explosivo” e ajudar o zika vírus a se espalhar pelo Brasil. De acordo com especialistas da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o grande número de turistas nas capitais com tradicionais carnavais de rua, como Recife, Salvador e Rio de Janeiro pode contribuir para a disseminação da doença. As informações são da BBC Brasil.

O “coquetel explosivo” do carnaval é composto pelos seguintes fatores: grandes aglomerações de pessoas, em geral com poucas roupas e, portanto, mais vulneráveis às picadas do Aedes aegypti (mosquito transmissor do zika, dengue e chikungunya), maior possibilidade de chuvas e quantidade de lixo nas ruas, o que aumenta a chance de proliferação do mosquito.

“Se a pessoa vai para uma capital com grande Carnaval de rua, é picada e infectada pelo zika e volta para sua cidade mas lá não há o mosquito, ela vai adoecer, se tratar, e tudo bem. Agora, se o local de origem tiver o Aedes, o mosquito pode picar essa pessoa, receber o vírus e introduzir a doença num local até então livre dela”, explica Nancy Bellei, coordenadora de virologia clínica da SBI, à BBC Brasil.

Outra preocupação é em relação ao aumento de relações sexuais desprotegidas nessa época, que podem causar gestações indesejadas. Sabe-se que grávidas infectadas pelo zika correm risco de ter bebês com microcefalia. Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde na semana passada, dos 3.530 casos de microcefalia relacionados ao zika em todo o país, 1.236 estão em Pernambuco, o primeiro Estado com mais ocorrências. Em segundo está a Paraíba, com 569 casos, e em terceiro a Bahia, com 450 ocorrências. O Rio de Janeiro, que também recebe muitos foliões, está em 9º lugar, com 122 casos.

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Para a médica, há ainda a possibilidade de o vírus ser transmitido sexualmente – fato relatado em 2011. Um cientista americano vindo do Senegal, que passava por um surto de zika, teria transmitido a doença para a mulher, que estava nos Estados Unidos, através do sêmen.

“Ainda precisamos de mais estudos sobre a relevância epidemiológica dessa forma de transmissão, mas até pouco tempo também não sabíamos da ligação entre o zika e a microcefalia. É uma doença nova, sobre a qual ainda não se sabe muito. Não precisamos esperar para nos protegermos. Não se pode descartar a chance de termos até um aumento de casos de zika após o Carnaval justamente pelo contato sexual”, disse Nancy.

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Recomendações – Diante do risco elevado, as principais recomendações aos foliões são: colaborar no controle do mosquito, evitando deixar água parada e jogar lixo na rua, além do uso de preservativos nas relações sexuais. O uso de repelentes também pode ajudar, mas para ser efetivo o produto precisa ser reaplicado conforme as orientações do fabricante. Embora difícil de colocar em prática devido às altas temperaturas da época, vestir calça e blusas de manga comprida também é uma estratégia de prevenção, já que diminui a área exposta ao mosquito.

Nancy também ressalta que as pessoas que viajarem para uma área de alta infestação de Aedes aegypti e voltarem para casa com febre e sem nenhum outro sintoma de infecção, devem procurar atendimento médico.

(Da redação)

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