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Bisfenol A ligado a distúrbio hormonal em grávidas e bebês

Segundo estudo, altos níveis do composto na urina desses indivíduos estão relacionados a quadros semelhantes aos de hipertireoidismo e hipotireoidismo

Por Da Redação
5 out 2012, 09h05

A exposição de grávidas ao bisfenol A (BPA), um composto químico frequentemente utilizado na fabricação de produtos de plástico e latas de alumínio que condicionam alimentos, está associada a alterações nos níveis de hormônios da tireoide tanto nas mulheres quanto em seus bebês. Tal interferência, segundo especialistas, pode desencadear problemas como hipertireoidismo ou hipotireoidismo. É o que conclui um estudo realizado na Universidade da Califórnia, Berkeley, nos Estados Unidos, e publicado nesta quinta-feira no periódico Environmental Health Perspectives.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Maternal Urinary Bisphenol A during Pregnancy and Maternal and Neonatal Thyroid Function in the CHAMACOS Study

Onde foi divulgada: periódico Environmental Health Perspectives

Quem fez: Jonathan Chevrier, Robert Gunier, Asa Bradman,Nina Holland,Antonia Calafat, Brenda Eskenazi e Kim Harley

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Instituição: Universidade da Califórnia, Berkeley, Estados Unidos

Dados de amostragem: 335 grávidas e seus bebês

Resultado: Grávidas e recém-nascidos com maiores níveis de BPA na urina têm menores níveis dos hormônios T4 e TSH, respectivamente, indicando problemas de hiper e hipotireoidismo.

Essa não é, porém, a primeira vez em que um estudo aponta para os efeitos negativos à saúde provocados pela exposição ao BPA. Segundo pesquisas anteriores, como o composto é um desregulador endócrino – ou seja, uma vez no organismo, a substância imita a ação de certos hormônios naturais -, ele tem o potencial de desencadear condições como obesidade, puberdade precoce, distúrbios de comportamento e até câncer de mama. Por esse motivo, e com o objetivo de reduzir o contato dos bebês com tal substância, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, em setembro de 2011, a comercialização de mamadeiras com a presença de bisfenol A.

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Avaliação – Nesse estudo, os pesquisadores acompanharam 335 gestantes durante a segunda metade da gravidez. Ao longo desse período, eles coletaram amostras de urina dessas mulheres e também de seus bebês logo após o nascimento. Todas as grávidas faziam parte do Centro para Avaliação de Saúde de Mães e Crianças de Salinas (Chamacos, sigla em inglês), coordenado por pesquisadores da própria Universidade da Califórnia.

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HIPOTIREOIDISMO

É uma disfunção na glândula da tireoide, que passa a produzir menos hormônio tiroxina (T4), que regula o metabolsimo. Com isso, há uma redução do metabolismo no organismo. Pessoas com a doença geralmente sofrem com o aumento de peso, retenção de líquido, quedas de cabelo, anemia e sonolência durante o dia.

HIPERTIREOIDISMO

É a hiperatividade da glândula da tireoide, quadro que acarreta o aumento das concentrações de hormônios da tireoide no organismo e o aumento da velocidade do metabolismo. Com isso, todas as funções organicas aumentam, como a frequência cardíaca e a pressão sanguínea. Transpiração, nervosismo e ansiedade são comuns em uma pessoa com a doença.

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Os autores descobriram que, entre as grávidas, quanto maiores os níveis de BPA na urina, menor a quantidade de tiroxina (o hormônio T4, que regula o metabolismo) – quadro associado à presença de hipotireoidismo. Entre os bebês do sexo masculino, os maiores níveis de BPA na urina corresponderam a menores taxas do TSH (hormônio da hipófise que estimula a tireoide), indicando um quadro de hipertireoidismo.

Gêneros – O estudo mostrou também que os níveis de BPA na urina de bebês do sexo feminino não alteraram a produção hormonal. Segundo os autores, ainda não está claro o que provoca essas diferenças entre os gêneros, mas alguns trabalhos anteriores podem ajudar a explicar. Uma pesquisa feita com animais, por exemplo, mostrou que as fêmeas apresentam níveis maiores de uma enzima importante para metabolizar o BPA, mas ainda não se sabe se o mesmo vale para seres humanos.

Segundo Jonathan Chevrier, coordenador da pesquisa, a maioria das mulheres que participaram o estudo tinha níveis normais de hormônios da tireoide. Os resultados, portanto, sugerem que “pequenas alterações nos níveis da tireoide, mesmo se ocorrerem em indivíduos com níveis normais, ainda produzem efeitos negativos”, afirma o pesquisador.

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