Bairros da Zona Oeste de São Paulo vivem surto de dengue
Número de casos da doença registrados no Jaguaré e na Lapa desde o início de 2014 já é maior do que a soma das notificações dos últimos quatro anos
Após bater o recorde de número de casos no país e no Estado de São Paulo em 2013, a dengue agora preocupa moradores da Zona Oeste da capital paulista. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, o bairro do Jaguaré registrou 169 casos nos três primeiros meses deste ano. A Lapa é o segundo distrito da cidade com a maior incidência da doença: 98 casos no mesmo período. Nos dois bairros, o número de casos registrados entre janeiro e março de 2014 já supera a soma de todas as notificações de dengue nesses locais nos últimos quatro anos.
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Ainda de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, os tipos de habitação nos dois bairros favorecem os criadouros do mosquito Aedes aegypti. “Na Lapa, há muitas casas com jardins e piscina. Vemos moradores que ainda mantêm pratos de vasos de plantas. No Jaguaré, que tem moradias mais simples, há pessoas que acumulam água em tonéis, deixam caixas d’água destampadas”, diz Vivian Ailt Cardoso, porta-voz da secretaria.
A Prefeitura afirma que já fez visitas em moradias dos dois bairros para eliminar criadouros do mosquito da dengue e que, para matar os mosquitos adultos, fez aplicação de inseticida no Jaguaré e programou para a semana que vem a mesma medida para as ruas da Lapa.
Apesar da alta na zona oeste, o número de casos registrados até agora na cidade de São Paulo é inferior ao do mesmo período de 2013 (751 contra 1 100 casos).
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Recorde – Em 2013, a incidência da dengue bateu recorde em todo o país. Foram 731 500 casos por 100 000 habitantes – as autoridades consideram surto quando são registrados 300 casos por 100 000 habitantes. O recorde anterior no Brasil havia ocorrido em 2010, quando o mesmo índice chegou a 530 300 casos por 100 000 pessoas. A marca se repetiu no Estado de São Paulo, onde foram notificados 479 6000 casos por 100 000 habitantes em 2013, contra 458 9000 em 2010.
Segundo o Ministério da Saúde, a disseminação do vírus tipo 4 da dengue foi o principal responsável pelos altos índices da doença. “Esse tipo começou a ser identificado em 2011, mas foi no ano passado que ele se espalhou. Como a maioria das pessoas nunca havia tido contato, houve esse aumento”, diz Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde. Barbosa afirma que, embora os números tenham sido recordes, o índice de mortalidade foi inferior ao de 2010, o pior ano até então. Foram 595 mortes em 2013, contra 656 três anos antes.
(Com Estadão Conteúdo)