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Aspirina previne o câncer, afirmam estudos

Remédio também mostrou bons resultados na redução do risco de metástases

Por Da Redação
21 mar 2012, 16h53

Além de tratar a dor de cabeça, estudos recentes provaram que a aspirina é capaz de prevenir problemas cardíacos. Três estudos publicados nesta quarta-feira, no periódico médico Lancet e no Lancet Oncology, mostram que o medicamento também pode ajudar a prevenir e tratar o câncer. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford e do Hospital John Radcliffe, na Grã-Bretanha, analisou dados de 51 estudos que tinham como objetivo pesquisar o efeito da aspirina na prevenção de problemas cardiovasculares.

Com base nesses dados, descobriram que o uso diário de aspirina reduziu o risco de morte por câncer em 15%. Entre quem consumiu por mais de cinco anos o medicamento, o risco diminuiu em 37%. O número de mortes por câncer também foi reduzido em 12%. A ingestão diária de aspirina em pequenas doses (75 miligramas) reduziu a incidência de câncer em 25% para quem a consumiu por 3 anos ou mais, de modo semelhante em homens (23%) e mulheres (25%).

A segunda pesquisa mostrou os efeitos da aspirina no crescimento do câncer, a partir de dados de pacientes que desenvolveram câncer durante os estudos. Os dados comparam os pacientes que tomavam doses diárias de aspirina (75 miligramas ou mais) com o grupo controle, que não consumia o remédio. Mais uma vez, os resultados foram animadores.

Opinião do especialista

Oren Smaletzoncologista e coordenador da pesquisa clínica em câncer do Hospital Albert Einstein, em São Paulo

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Os dados dos estudos são bastante instigantes. Mostram que talvez valha a pena usar a aspirina não apenas para prevenir problemas cardiovasculares, mas para prevenir o câncer.

Antes que essa recomendação se torne regra, porém, são necessários outros estudos focados especificamente na relação entre a aspirina e o câncer. Os estudos publicados no Lancet são o que chamamos de meta-análise, que usam dados de estudos voltados para outros própósitos – neste caso, os estudos originais investigavam a relação entre aspirina e doenças cardiovasculares.

É importante ressaltar que, mais importante que tomar aspirina para reduzir o risco de ter câncer, deve-se controlar os fatores de risco para a doença, como o tabagismo e a alimentação pouco saudável.

Há também casos em que a administração do medicamento é altamente contraindicado. Antes de sair tomando aspirina, é melhor consultar seu médico.

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O risco de metástase distante (quando o tumor se espalha para órgãos que ficam longe do tumor primário) foi reduzido em 36%, o risco de adenocarcinoma (tipo de câncer que começa em tecidos glandulares) em 46%. Outros cânceres como de rim e bexiga tiveram um risco reduzido de 18%. O estudo acompanhou os pacientes por, em média, 6 anos e meio.

A aspirina ainda reduziu a morte em pacientes que tiveram adenocarcinomas (sem metástase) pela metade. Também houve uma redução de 35% do risco de desenvolver um adenocarcinoma fatal. Neste estudo, os efeitos da aspirina independeram de idade e sexo, e foram observados mesmo quando as doses foram baixas. Segundo os autores do estudo, as descobertas registradas constituem a primeira prova de que a aspirina previne o desenvolvimento de metástases distantes. No terceiro estudo, publicado no Lancet Oncology, foi observado uma redução de 38% no risco de câncer colorretal, e índices similares para o câncer de esôfago, de mama e gástrico.

As pesquisas foram conduzidas pelo professor Peter Rothwell, diretor da Unidade de Pesquisa para a Prevenção do Infarto da Universidade de Oxford. Ele e sua equipe já haviam publicado outros estudos, também no Lancet, em 2007, 2010 e 2011, relacionando a prevenção do câncer com o uso da aspirina.

No entanto, apesar das várias e convincentes evidências dos benefícios da aspirina na prevenção do câncer, ainda não é recomendado que as pessoas tomem o medicamento sem indicação médica. A aspirina têm diversos efeitos colaterais, e, mesmo em doses baixas, pode provocar sangramentos gástricos e outros problemas.

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Em um texto publicado pelo Lancet junto com os estudos, os médicos Andrew Chan e Nancy Cook, do Brigham and Women’s Hospital, filiado à Faculdade de Medicina de Harvard, escreveram que é necessário esperar por mais estudos. “As descobertas de Rothwell e sua equipe, porém, deixam a recomendação para o uso da aspirina, não só na prevenção de doenças cardiovasculares, mas também para o câncer, cada vez mais próxima”, afirmaram.

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