Anvisa interdita marcas de sal por erros na adição de iodo
A adição de iodo no sal é obrigatória no Brasil
Distúrbios por deficiência de iodo podem provocar doenças como bócio e, em gestantes, levar o nascimento de crianças com rebaixamento mental e surdez
Lotes das marcas de sal Cisne, União e Salmonte foram interditados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por apresentar irregularidades na quantidade de iodo que deve ser adicionado ao produto.
A amostra analisada do sal Cisne trazia teor abaixo do que é determinado pela agência: pelo menos 20 miligramas em cada quilo de produto. Amostras do sal União, por sua vez, apresentavam problemas distintos: um lote tinha menos iodo do que o recomendado pela Anvisa e outro, quantidade em excesso. A Anvisa também determinou a interdição cautelar do sal Marlin, por trazer em sua composição carbonato de sódio, aditivo que não é permitido pela legislação sanitária.
O gerente jurídico da empresa fabricante do Sal Cisne, Antonio Carlos Santana, admitiu o desvio de padrão e afirmou que o produto já começou a ser recolhido do mercado. Santana atribuiu o problema a um ‘comportamento anômalo’ das máquinas. “Não foi constatado nenhum defeito. Tanto é que a produção que se seguiu está em conformidade com padrões exigidos pela Anvisa”. A expectativa é a de que dentro dos próximos 15 dias o restante do lote seja recolhido. Procurada, a empresa fabricante do Sal União não se manifestou.
A adição de iodo no sal é obrigatória no país desde 1995. A medida começou a ser adotada para tentar evitar a carência da substância no organismo, mais frequente entre pessoas que vivem em regiões afastadas do mar. Distúrbios por deficiência de iodo podem provocar doenças como bócio e, em gestantes, levar o nascimento de crianças com rebaixamento mental e surdez.
O excesso de iodo, por outro lado, também é prejudicial. Níveis elevados estão relacionados a aumento de casos de tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune e hipotireoidismo. Os níveis de adição do produto mudaram ao longo dos anos. Atualmente, o mínimo recomendado é de 20 miligramas por quilo. O limite máximo é de 60 miligramas.
(Com Agência Estado)