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Anvisa: 28% dos alimentos apresentam agrotóxicos em níveis acima dos permitidos

Os mais contaminados são o pimentão, o morango e o pepino

Por Vivian Carrer Elias
8 dez 2011, 08h56

Segundo dados da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgados nesta quarta-feira, 28% dos alimentos analisados em 2010 pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para) registraram a presença de agrotóxicos não autorizados ou níveis da substância acima do permitido. As amostras com maiores irregularidades foram as do pimentão: 91.2% mostraram problemas, seguidas do morango e do pepino, com irregularidade em 63,4% e 57,4% respectivamente.

O levantamento analisou 2.488 amostras de 18 alimentos diferentes recolhidos em todo o país, com exceção do estado de São Paulo, que realizou seu próprio Programa de Análise Fiscal de Alimentos. De todas as amostras, 24.3% estavam irregulares pois apresentaram agrotóxicos não autorizados para o alimento; 1.7% tinham níveis da substância acima do estipulado pela Anvisa; e 1.9% revelaram as duas irregularidades.

info-agrotóxico
info-agrotóxico (VEJA)

Em relação ao relatório do ano anterior, a porcentagem das amostras irregulares em geral diminuiu pouco: de 29% para 28%. Porém, os números para os alimentos mais contaminados, ou seja, os pimentões, morangos e pepinos, aumentou: em 2009, representavam 80%, 50.8% e 54.8%, respectivamente. As batatas, que há um ano tinham irregularidades em 3.5% das amostras, não apresentaram problemas desta vez.

Para Luiz Cláudio Meirelles, gerente geral de toxicologia da Anvisa, há vários motivos que podem explicar a alta contaminação dos pimentões, como plantas mais sujeitas a ataques de fungos e a necessidade do controle das pragas, por exemplo. “Com esses resultados, devemos buscar soluções em variedades mais resistentes dos alimentos ou então em agrotóxicos com menores taxas de toxidade”, afirma.

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Como evitar os agrotóxicos – Segundo o médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho, o agrotóxico tem substâncias químicas que favorecem processos degenerativos das células e interferem no sistema imunológico. “Isso faz com que o produto possa provocar doenças crônicas e degenerativas, como o câncer. Para Filho, os prejuízos vêm com o contato frequente e com grandes quantidades de agrotóxicos. Porém, o médico ressalta que os vegetais não devem ser evitados, já que frutas, legumes e verduras são extremamente benéficos e essenciais na dieta de todos.

Mesmo oferecendo riscos à saúde, o nível de agrotóxicos nos alimentos é algo difícil de ser identificado: segundo Meirelles, os produtores não são obrigados a fornecer esse tipo de informação nas embalagens. Diante dessa dificuldade, o consumidor pode tomar algumas medidas que ajudam a diminuir a ingestão do produto. A principal delas é lavar bem as verduras, frutas e legumes, principalmente os sem casca.

“Deixar o alimento de molho por cerca de vinte minutos em água sanitária e depois lavá-lo em água corrente é a melhor opção”, diz o nutrólogo. “Isso já elimina parte do agrotóxico em excesso que pode ser prejudicial à saúde”. Além disso, optar por alimentos da estação ou produtos orgânicos também são boas formas de prevenção.

Nesta quarta-feira, um relatório sobre os impactos dos agrotóxicos foi aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. O documento ressaltou a relação entre incidência de câncer e o uso desses produtos, e exemplificou com dados da cidade de Unaí, em Minas Gerais. O município possui alta concentração de agronegócio e apresenta 1.260 novos casos de câncer ao ano para cada 100 mil habitantes, enquanto a incidência mundial média é de 600 casos por 100 mil habitantes. De acordo com o secretário da comissão, Lin Israel Costa dos Santos, o documento deve ser transformado em projetos de leis sobre o assunto, mas ainda não foi apresentada nenhuma proposta concreta.

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