Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Academia Americana de Pediatria apoia casamento homossexual

Entidade publicou estudo afirmando que o fato de serem criadas por casais homossexuais não impacta no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e sexual das crianças

Por Da Redação
21 mar 2013, 18h37

A Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou nesta quinta-feira um documento apoiando o casamento homossexual, assim como direitos iguais à adoção e acolhimento familiar (em inglês, foster care, processo no qual a criança fica sob guarda temporária de uma família, com consentimento legal) independentemente da orientação sexual. De acordo com a organização, esta seria a melhor forma de garantir às crianças pleno acesso a seus direitos e benefícios.

Conheça a pesquisa

TÍTULO ORIGINAL: Promoting the Well-Being of Children Whose Parents Are Gay or Lesbian

ONDE FOI DIVULGADA: periódico Pediatrics

QUEM FEZ: Ellen C. Perrin e Benjamin S. Siegel

INSTITUIÇÃO: Academia Americana de Pediatria

RESULTADO: Para os autores, o fato de ser criada por pais homossexuais não influencia negativamente a criança. Além disso, a regulamentação do casamento homossexual ajudaria a garantir o acesso pleno a direitos para essas crianças.

Continua após a publicidade

A AAP realizou também uma revisão de literatura sobre o assunto, que analisou 60 artigos já publicados. A pesquisa, publicada online nesta quinta-feira, no periódico Pediatrics, leva em consideração prejuízos legais e relacionados à saúde que a ausência de legalização unificada para o casamento homossexual pode trazer às crianças.

O estudo menciona, por exemplo, o fato de que pais homossexuais podem ser impedidos, por questões legais, de visitar os filhos em hospitais ou participar de decisões relacionadas a procedimentos médicos aos quais as crianças serão submetidas.

Em relação às possíveis consequências para as crianças decorrentes do fato de serem criadas por casais homossexuais, os autores da pesquisa concluem, com base na análise de estudos publicados sobre o assunto nos últimos 30 anos, que esse fator não impacta seu desenvolvimento emocional, cognitivo, social e sexual. “Diversos fatores representam riscos ao desenvolvimento saudável da criança, como pobreza, depressão dos pais, abuso de substâncias por parte dos pais, divórcio e violência doméstica, mas a orientação sexual não é um deles”, afirmam os autores.

Evidências – Um dos estudos citados, publicado em 2003 no periódico Developmental Psychology, analisou a relação entre mãe e filho de 39 famílias com mães homossexuais, 74 famílias heterossexuais e 60 famílias de mães solteiras heterossexuais. Os resultados não mostraram diferenças em relação a envolvimento emocional, frequência de conflitos e autoconfiança dos filhos. A avaliação foi feita com base em relatos de pais e professores das crianças. Problemas de comportamento foram mais relacionados a crianças que viviam com apenas um dos pais do que com crianças que viviam com ambos, independentemente da orientação sexual.

Para a Academia Americana de Pediatria, homens e mulheres casados são mais saudáveis física e emocionalmente e têm chances menores de apresentar comportamentos de risco, como abuso de drogas e álcool, o que, dentre outros fatores, contribui para a formação de um ambiente mais saudável para as crianças viverem. “O casamento contribui para a permanência e segurança (ingredientes básicos para o desenvolvimento saudável de uma criança). O casamento também é o mecanismo oficial da sociedade para conferir direitos, benefícios e proteção para casais, pais e seus filhos financeira e legalmente”, escrevem os autores do estudo.

Opinião do especialista

Eduardo da Silva Vaz

Presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Pediatria (SBP)

“Quando a Academia Americana de Pediatria (AAP) tomou essa decisão, ela avaliou o bem-estar das crianças, adolescentes e adultos jovens, e essa é a preocupação que a Sociedade Brasileira de Pediatria tem também. De todos os dados que a AAP analisou, eles concluíram que a opção sexual dos pais não afeta o crescimento e desenvolvimento das crianças. Um dos trabalhos mostra que pessoas que têm uma união estável cuidam mais da saúde, têm menos chance de utilizar álcool e outras drogas, então a união estável faz com que as famílias cuidem melhor de seus filhos.

“O mesmo vale para a adoção. É melhor um casal do mesmo sexo adotar uma criança do que essa criança ficar perambulando em instituições. Quando essas pessoas decidem adotar, elas têm afeto pela criança, querem ajuda-la a ter um lar e se desenvolver, e nós não temos nada contra isso.

“A grande dificuldade é ainda o preconceito, mas eu acredito que no momento em que a sociedade avança para a união estável de pessoas do mesmo sexo esse preconceito tende a diminuir, apesar de o Brasil ainda ter graves problemas com isso”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.