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Venezuelanos vão às urnas escolher sucessor de Chávez

Henrique Capriles defende mudança após 14 anos de Hugo Chávez, mas tem missão difícil contra Nicolás Maduro, que conta com a chancela do coronel

Por Da Redação
14 abr 2013, 07h47

O longo período de incerteza política na Venezuela deverá chegar ao fim neste domingo, com a eleição do novo presidente do país. Desde dezembro do ano passado, quando Hugo Chávez foi a Cuba para realizar uma quarta cirurgia para combater um câncer, os venezuelanos tiveram de se adaptar a um país sem mandatário presente. Foram três meses durante os quais os chavistas insistiram em transmitir a sensação de que o coronel controlava tudo à distância, enquanto se recuperava. Na verdade, não havia mais chance de recuperação, como ficou provado no dia 5 de março, quando foi anunciada a morte do caudilho.

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A disputa presidencial começou extraoficialmente já a partir da morte de Chávez, tendo como protagonistas Nicolás Maduro, apontado pelo coronel como seu sucessor, e Henrique Capriles, que conquistou quase 6,5 milhões de votos ao enfrentar o coronel, em outubro do ano passado. Ao alcançar a preferência de 44% dos votantes, o opositor impôs a mais difícil disputa a Chávez em seus 14 anos no poder. Seis meses depois, tenta superar um adversário turbinado pela imagem do caudilho que estabeleceu o culto à personalidade no país. Obviamente, Chávez foi uma figura onipresente na campanha de Maduro, que contou também com um vídeo gravado pelo ex-presidente Lula.

Capriles conseguiu levar multidões às ruas – apesar de as pesquisas indicarem vantagem do oficialista – defendendo que os venezuelanos precisam de uma mudança após as divisões causadas pelos 14 anos do governo de Chávez. Ele enfrenta um adversário que não tem o mesmo carisma do coronel que construiu um governo personalista na Venezuela, mas que tem sua chancela. A frase do mandatário pedindo apoio ao seu protegido é reproduzida em atos públicos do governo e anúncios eleitorais de Maduro. “Se apresentar alguma circunstância que me desabilite de seguir à frente da Presidência, Maduro deve concluir o período atual”, disse Chávez, ao anunciar sua quarta cirurgia. Além disso, a comoção causada pela morte do caudilho foi enfatizada por várias cerimônias fúnebres organizadas pelo governo e por um funeral que foi ampliado a ponto de se cogitar que o corpo fosse embalsamado – plano que acabou abandonado – deverá influenciar no resultado das eleições.

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Interino – Maduro participa da disputa na condição de presidente interino do país, autorizada pelo Tribunal Superior de Justiça e criticada pela oposição. O controle absoluto que o governo tem das instituições venezuelanas – reafirmado por declarações de lealdade ao coronel por parte dos chefes do Legislativo, Judiciário e das Forças Armadas – deixou pouco espaço para qualquer reação por parte da oposição. Manobras eleitorais, que deixam de lado a própria base constitucional do país, foram comuns durante todo o governo de Chávez e continuadas para fortalecer Maduro. Para especialistas consultados pelo site de VEJA, os chavistas vão fazer tudo o que for necessário para vencer as eleições. Uma vitória da oposição teria de ocorrer por margem grande o suficiente para evitar fraudes que revertam o resultado a favor dos oficialistas.

Voto – Os dois principais candidatos insistiram sempre na importância de votar – o voto não é obrigatório no país. Quase 19 milhões de venezuelanos estão aptos a eleger o novo presidente. Além de Maduro, candidato do partido governista PSUV, e de Maduro, representante da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), outros cindo candidatos participam das eleições.

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Os eleitores poderão votar das 6h às 18h (horário local, 19h30 de Brasília) e o Conselho Nacional Eleitoral afirma que três horas depois de fechadas as sessões de votação, o novo presidente deverá ser conhecido. No país não existe segundo turno, e as pesquisas de boca de urna não são permitidas.

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