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Venezuela: Tradição de misses está em risco; falta silicone

Com a política cambial restritiva, empresas não estão conseguindo importar próteses de qualidade. Modelos chineses são baratos, mas trazem sérios riscos

Por Da Redação
16 set 2014, 10h22

A escassez crônica na Venezuela, país onde faltam alimentos e produtos básicos, começa a prejudicar uma das poucas áreas de que a nação podia se orgulhar: o mercado da estética. Segundo reportagem desta terça-feira do jornal argentino La Nación, as próteses de silicone mamárias estão em falta no mercado venezuelano. O país tem tradição em produzir misses e é o segundo maior vencedor do concurso Miss Universo, com sete coroas, atrás apenas dos Estados Unidos, com oito vitórias.

As mulheres que desejam a fazer a cirurgia de plástica nos seios têm de recorrer ao uso de próteses que não possuem o tamanho ideal ou que são fabricados na China, com padrões de qualidade inferiores aos dos modelos americanos e europeus. Antes da escassez, as venezuelanas tinham acesso aos modelos de prótese aprovadas pela rigorosa agência americana Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), mas agora esses produtos estão em falta no mercado. Por causa da política restritiva de controle cambial que impede as empresas de importarem produtos estrangeiros, as companhias não têm acesso a dólares para fazer as transações.

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A Venezuela tem uma das maiores taxas de cirurgia plástica no mundo e o implante de mama é o procedimento mais popular. Somente em 2013, foram realizadas no país 85.000 operações para colocação de implantes mamários, de acordo com levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. Atualmente, não existem estatísticas sobre o número de venezuelanas que têm próteses de silicones. Mas, segundo a reportagem, nas ruas de Caracas é visível o grande número de mulheres com seios artificiais, mais numerosas do que em outras partes do mundo.

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Até recentemente, quando ainda havia próteses de qualidade no mercado, as mulheres podiam participar de sorteios cujo prêmio era uma operação estética. Os sorteios eram comuns no mundo dos negócios, em campanhas publicitárias, no comércio e até mesmo em campanhas políticas. O cirurgião Daniel Slobodianik afirma que fazia “várias cirurgias por semana”. Agora ele realiza duas por mês. Ele diz que todos os dias mulheres ligam em seu consultório perguntando se chegou a prótese do tamanho que elas querem. Nas redes sociais, alguns venezuelanos escrevem sobre o assunto com um tom crítico e dizem que o ‘pânico dos implantes’ mostra a falta de valores na sociedade venezuelana.

Riscos – Com ausência de próteses de qualidade, o principal parceiro comercial da Venezuela, a China, sai lucrando. Enquanto um par de próteses aprovado pela FDA pode custar cerca de 600 dólares (pouco mais de 1.300 reais), as versões chinesas saem por um terço do preço. No entanto, mesmo com mulheres dispostas a usar os modelos chineses, alguns médicos se recusam a implantar as próteses asiáticas porque elas não são submetidas a inspeções e nem a estudos clínicos rigorosos. Uma prótese de má qualidade pode provocar reações alérgicas ou mesmo se romper.

Não só apenas as mulheres que procuram melhorar a silhueta por motivos estéticos são afetadas pela escassez de próteses. Algumas das prejudicadas são pacientes que aguardam cirurgias reparadoras. Lisette Arroyo, 46 anos, precisava reconstruir seus seios após uma operação de câncer de mama. Ela conseguiu comprar próteses francesas diretamente do fabricante, mas lamenta que seu caso é uma exceção no país.

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