Vaiada por moradores, Merkel diz que Alemanha não irá tolerar ataques xenófobos
A chanceler alemã foi hostilizada por moradores vizinhos a um centro de refugiados no leste do país
A chanceler alemã, Angela Merkel, fez nesta quarta-feira uma visita ao centro de refugiados alvo de violência por parte de grupos neonazistas em Heidenau, no leste do país, e foi vaiada por mais de 100 moradores.
Merkel, que na segunda-feira rotulou de “repugnantes” estes ataques e qualificou de “vergonhosa” a participação de famílias com crianças nos protestos, se deslocou até este albergue para ver a situação de sobrecarga destes centros – a Alemanha é o país europeu que mais recebe imigrantes – e o aumento dos incidentes xenófobos.
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“Preocupe-se primeiro com seus cidadãos”, disse uma pessoa a Merkel quando entrava, entre fortes medidas de segurança, no centro de refugiados.
Acompanhada pelo chefe do governo do estado da Saxônia, o democrata-cristão Stanislaw Tillich, e pelo prefeito de Heidenau, o também conservador Jürgen Optiz, a chanceler alemã visitou o antigo centro comercial de material de construção, que foi condicionado para receber até 600 refugiados.
“Haverá tolerância zero para os que questionam a dignidade de outras pessoas “, afirmou a chefe de governo após a visita.
A presença do centro de refugiados em Heidenau despertou uma onda de protestos dos moradores locais, deixando mais de trinta feridos. No final de semana passado, centenas de manifestantes convocados pelo partido ultradireitista NPD protestaram diante do centro e, durante a madrugada, impediram a entrada de um ônibus com imigrantes.
Os incidentes violentos em torno dos centros de amparo de peticionários de asilo estão se multiplicando nas últimas semanas na Alemanha, conforme dispara o número de refugiados que entram no país. Nos seis primeiros meses do ano, ocorreram cerca de 200 atos contra estes centros, segundo os números do Ministério do Interior, que inclui em sua apuração desde a disseminação de propaganda xenófoba a ataques incendiários.
A Alemanha deve receber 800.000 pedidos de asilo em 2015, quatro vezes o número registrado em 2014.
(Com EFE)