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Uma em cada três mulheres no mundo é vítima de violência conjugal

Série de estudos da OMS alerta que abusos físicos, emocionais e sexuais contra meninas e mulheres ocorrem em nível 'inaceitável' e cobra mais ações para combater o problema

Por Da Redação
21 nov 2014, 09h50

A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 30% das mulheres no mundo todo foram vítimas de violência conjugal e 7% sofreram abusos sexual cometidos por estranhos. Em uma série de estudos plubicada esta semana, a OMS ressalta que os abusos físicos, emocionais e sexuais cometidos por parceiros representam o tipo mais comum de violência contra as mulheres, que também são vítimas de crimes de honra, casamentos precoces forçados, mutilação genital, entre outras agressões. A organização faz ainda um alerta: pouco está sendo feito para mudar uma situação problemática, que atinge vários países ao redor do mundo. Apesar da maior atenção dada nos últimos anos à violência contra mulheres e meninas, esta ainda se mantém em níveis “inaceitáveis”, segundo a organização.

Em todo o mundo, entre 100 e 140 milhões de mulheres jovens e adultas sofreram mutilações genitais nos anos recentes, uma das práticas mais desumanas que se pode conceber, destinada a impedir que a mulher tenha prazer. Além disso, mais de 3 milhões de garotas correm o risco de serem submetidas à prática todos os anos, só na África. Dados divulgados em 2012 também apontam que aproximadamente 70 milhões de meninas se casaram antes dos 18 anos, frequentemente contra a sua vontade.

No caso dos crimes de honra, o levantamento destaca os 1.957 casos registrados no Paquistão entre 2004 e 2007 e os mais de 900 ocorridos todos os anos nos Estados de Haryana, Punjab e Uttah Pradesh, na Índia.

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Saúde pública – A violência, “exacerbada durante os conflitos e as crises humanitárias”, tem consequências dramáticas para a saúde mental e física das vítimas, destaca a OMS, cobrando mais ações para enfrentar o problema.

“Globalmente, uma em três mulheres vai ser alvo de violência sexual por parte do parceiro ou de desconhecidos ao longo da vida, o que mostra que mais investimentos são necessários na prevenção. Precisamos definitivamente fortalecer os serviços destinados às mulheres vítimas de violência, mas, para fazer a diferença na vida de mulheres e garotas, devemos trabalhar no sentido de alcançar a igualdade de gêneros e prevenir a violência antes mesmo de ela começar”, explicou Charlotte Watts, professora da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e uma das organizadoras dos estudos.

“Nenhuma varinha de condão poderá suprimir a violência contra as mulheres. Mas temos provas de que é possível promover mudanças na mentalidade e no comportamento, em menos de uma geração”, completou a especialista.

A organização das Nações Unidas reivindica um maior investimento de países e doadores para reduzir a discriminação contra as mulheres, destacando que este não é apenas um problema social e criminal, mas também um tema de saúde pública.

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“O pessoal da área de saúde costuma ser o primeiro contato que as mulheres vítimas de violência têm”, disse a doutora Claudia García Moreno, encarregada da pesquisa de violência contra as mulheres na OMS. Por isso, explicou, os trabalhadores da área precisam de uma formação adequada para lidar com esses casos.

Ações – Cinco formas de acelerar os esforços de combate aos abusos são apontadas pela OMS. Os Estados deveriam destinar mais recursos para tornar o tema uma prioridade, reconhecendo que ele representa um freio para o desenvolvimento e o acesso à saúde. Ao mesmo tempo, os elementos que perpetuam a discriminação entre os sexos, tanto nas leis quanto nas instituições, deveriam ser eliminados.

A promoção da igualdade, do comportamento não violento e a não estigmatização das vítimas também é uma necessidade, afirmaram os autores. A adoção de leis preventivas apoiadas na saúde, na segurança, na educação e na justiça também contribui para a mudança de atitudes.

Finalmente, os países deveriam favorecer os estudos e pôr em prática com mais rapidez as medidas que se revelarem mais eficazes na luta contra a discriminação de gênero.

(Com agência France-Presse)

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