UE e Espanha demonstram alívio com vitória do “não” na Escócia
Apesar da derrota da causa separatista, catalães ainda pretendem desafiar governo central
Por Da Redação
19 set 2014, 09h12
(Atualizado às 10h21)
A vitória do “não” no plebiscito sobre a independência da Escócia não foi comemorada só em Londres. Tanto a Comissão Europeia quanto o governo da Espanha demonstraram publicamente satisfação e alívio com o resultado, que preservou a unidade do Reino Unido.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou nesta sexta-feira que o resultado do referendo da Escócia contrário à sua independência do Reino Unido é “bom” e favorece uma “Europa mais unida e forte”. “Dou as boas-vindas à decisão do povo escocês de manter sua unidade com o Reino Unido”, disse Barroso.
Já o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, felicitou os escoceses pelo resultado do referendo que, segundo ele, evitou as “graves consequências” que a independência poderia ter causado. O governo espanhol acompanhou com interesse a votação por temer que a eventual independência da Escócia pudesse dar impulso aos separatistas do seu próprio território, especialmente os da região da Catalunha.
Segundo Rajoy, o caminho escolhido pelos escoceses foi “a opção mais favorável para todos, para si mesmos, para todos do Reino Unido e para o restante da Europa”. “Os escoceses evitaram consequências econômicas, sociais e políticas graves”, disse ele.
Já o líder da oposição socialista, Pedro Sánchez, não só elogiou o resultado, mas disse que era uma lição para a Espanha. “Os escoceses escolheram o autogoverno, o fortalecimento de suas instituições e de suas ligações com o Reino Unido, e essa é a leitura que deve ser feita na Espanha”.
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As declarações dos políticos foram divulgadas no mesmo dia em que o parlamento da Catalunha deve aprovar uma lei que permite a convocação de uma consulta popular para discutir a soberania na região. A intenção do governo catalão é realizar a consulta no dia 9 de novembro.
O chefe de Governo da Catalunha, Artur Mas, afirmou nesta sexta-feira que o exemplo do plebiscito da Escócia, apesar da derrota do “sim”, é o “único caminho” para “resolver conflitos”. Ele disse ainda que o processo de defesa da soberania catalã “continua” porque foi “reforçado” após a experiência da Escócia.
Ao contrário de Londres, que concordou em permitir a realização do plebiscito na Escócia, o governo espanhol se recusa a aceitar uma votação sobre a independência da Catalunha, alegando que qualquer ação desse tipo é uma violação da Constituição.
(Com agências EFE e Reuters)
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