O órgão executivo da União Europeia alertou nesta quarta-feira que a Grécia pode ser excluída da área de Schengen, composta por países europeus onde há livre circulação, se não resolver as “sérias deficiências” na administração de suas fronteiras. Nações da UE vêm criticando cada vez mais a maneira como o governo grego está lidando com a pior crise migratória na Europa desde a Segunda Guerra Mundial – mais de um milhão de imigrantes chegaram ao continente no ano passado, a maioria pela Grécia.
“Se a ação necessária não está sendo tomada e as deficiências persistirem, existe a possibilidade de permitir que os Estados-membros fechem temporariamente suas fronteiras”, disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, depois de ter aceitado um relatório que diz que o governo grego “negligenciou seriamente” suas obrigações com seus colegas da área Schengen.
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O alerta pode abrir caminho para governos da UE exercitarem a opção de reinstalar os controles de suas fronteiras nacionais por até dois anos assim que as medidas de curto prazo atualmente em vigor expirarem em maio.
Vários países-membros do bloco adotaram controles de emergência em suas divisas e alertaram que podem, de fato, suspender Atenas da zona de livre circulação. A maioria dos imigrantes irregulares que chegam à UE partiu da Turquia e atravessou o território grego rumo à Alemanha, mais ao norte.
Naufrágio – Nesta quarta-feira, seis imigrantes, incluindo uma criança, morreram afogados quando a embarcação em que estavam afundou perto da costa da ilha grega de Kos. “Um homem conseguiu nadar até o litoral. O corpo de um jovem foi levado pela maré até a praia”, disse um oficial da guarda costeira grega.
(Com Reuters)